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Legislativas: Mortágua diz que Governo deixou o SNS “pior do que a maioria absoluta” do PS

LUSA
22-04-2025 17:10h

A coordenadora do BE considerou hoje que o Governo deixou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pior do que a maioria absoluta do PS e que a única solução que apresenta “é passar valências para o privado”.

“O Governo do PSD fez pior do que a maioria absoluta do PS no SNS”, afirmou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião com a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Almada-Seixal.

À porta do hospital Garcia de Orta, a coordenadora do BE afirmou que aquele é um exemplo de como os problemas do SNS decorrem, em grande parte, da falta de profissionais de saúde.

“A manta é pequena demais. Na margem sul, em obstetrícia em particular, há serviços que quando o Garcia de Orta não presta, porque estão encerrados, mais nenhum hospital presta. Não se trata de um serviço em rede, trata-se de um serviço que é deficiente na capacidade de abarcar todo o território e dar uma resposta”, sublinhou.

O Garcia de Orta é um dos cinco hospitais públicos que o Governo pretende que passem a ser geridos por Parcerias Público-Privadas a partir de 2026, uma opção criticada pelo BE, que acusa o executivo de não ter respostas para o SNS.

“Chegados ao fim dos 11 meses em que só conseguiram piorar o serviço, a única solução que têm para apresentar é passar valências para o privado, entregar ao privado aquilo que o SNS precisa de conseguir fazer”, afirmou Mariana Mortágua.

Por outro lado, a bloquista lamentou também o que considerou ser o desinvestimento nas carreiras dos profissionais de saúde e o recurso a médicos tarefeiros para assegurar resposta aos utentes.

É uma “fonte de despesa e ineficiência do SNS”, considerou Mariana Mortágua, defendendo que a alternativa exige investimento, mas um investimento que “no final do dia, é mais barato (…) do que um SNS em retalhos que depende dos serviços privados”.

“Também tem a ver com os modelos de gestão”, acrescentou, defendendo o reforço da autonomia das unidades de saúde para tomarem decisões que permitam fixar os profissionais de saúde.

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