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Óbito/Papa: Liga Árabe recorda "postura corajosa" de Francisco em relação à Palestina

LUSA
21-04-2025 13:35h

O secretário-geral da Liga Árabe, recordou hoje as "posturas corajosas" do papa Francisco em relação à paz e à causa palestiniana, ao lamentar a morte de um pontífice que manteve sua voz "alta e clara até o último momento".

“[O papa Francisco] foi uma voz única para a Humanidade e a consciência, numa altura em que vários decidiram virar as costas a estes valores”, disse Ahmed Abulgueit num comunicado, em que recordou “as posições corajosas do Sumo Pontífice, que se inclinou para a paz e a coexistência”.

O chefe do organismo pan-árabe referiu-se ao último sermão do Papa, domingo, destinado a apelar à paz na Faixa de Gaza, onde Israel mantém há mais de ano e meio uma ofensiva contra o Hamas que já custou a vida a mais de 51.200 pessoas, bem como o regresso dos 59 cativos que permanecem nas mãos das milícias ligadas ao movimento islamita palestiniano.

Domingo, na mensagem de Páscoa, lida pelo mestre de cerimónias, Diego Ravelli, uma vez que o pontífice ainda sofria de uma infeção respiratória, Francisco apelou a todas as partes para “cessarem fogo em Gaza, libertarem os reféns e prestarem ajuda à população”, bem como para pararem “a corrida ao rearmamento”.

“O Papa manifestou sempre uma inclinação absoluta para o ser humano, independentemente da sua religião, e a sua bússola na causa palestiniana apontou sempre na direção certa”, acrescentou Abulgueit.

O chefe da Igreja Católica condenou “a brutalidade israelita em alto e bom som até ao último momento”, frisou Abulgueit, acrescentando que Francisco “optou pelos valores das religiões celestiais que condenam a agressão e apelam à paz, sem recuar um momento perante as campanhas tendenciosas de Israel”.

O Papa Francisco morreu hoje, aos 88 anos, às 07:35 (05:35 em Lisboa), na sua residência da Casa Santa Marta.

O chefe da Igreja Católica liderou a Santa Sé durante 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. 

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

O papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

 

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