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Óbito/Papa: Mundo perdeu a "voz dos pobres e marginalizados" - Conferência Episcopal moçambicana

LUSA
21-04-2025 12:13h

A Conferência Episcopal de Moçambique afirmou hoje que o mundo perdeu um “pastor incansável e voz dos pobres e marginalizados” com a morte do Papa Francisco, que vai ser lembrado pelos moçambicanos pelo seu “carinho e solidariedade”.

“Homem de fé firme, pastor incansável e voz profética dos pobres e marginalizados, o Papa Francisco foi um verdadeiro irmão da igreja em Moçambique. A sua proximidade, carinho e solidariedade com o nosso povo foram manifestados não apenas nas palavras, mas também nos gestos concretos, como a inesquecível visita apostólica que realizou ao nosso país em setembro de 2019”, disse o bispo auxiliar de Maputo e secretário-geral da conferência episcopal, Osório Afonso.

Em conferência de imprensa em Maputo, o responsável da igreja católica lembrou um Papa Francisco que visitou o país em 2019, tendo ensinado à igreja católica a ser comprometida com a “reconciliação, paz e cuidado da casa comum”.

 Já, o arcebispo de Maputo, presente na mesma conferência de imprensa, disse que a igreja católica em Moçambique foi “colhida de surpresa” com a morte do Papa Francisco, apontando que o mesmo tinha uma “ligação muito estreita” com “estima particular” pelo país.

 “É um momento de dor, mas é um momento também de ação de graças por esta grande figura que foi o santo Papa (…) Tinha sempre uma estima por Moçambique durante os momentos difíceis que enfrentámos, do facto de não nos entendermos entre os moçambicanos, muitas vezes ele interveio”, disse João Carlos Nunes.

”Soube amar e viver pela igreja e era um homem também dos pobres, daqueles que não têm voz e nem vez”, concluiu o responsável da igreja católica em Maputo.

Em setembro de 2019, Francisco visitou Moçambique, numa viagem apostólica pela África Oriental.

O momento mais marcante da vista a Moçambique foi a celebração de uma missa no Estádio Nacional do Zimpeto, o principal do país.

"Moçambique possui um território cheio de recursos naturais e culturais (…) mas apesar destas riquezas, uma quantidade enorme de população vive abaixo do nível de pobreza (…)por vezes, parece que aqueles que se aproximam com suposto desejo de ajudar, têm outros interesses. É triste quando isto se verifica entre irmãos da mesma terra, que se deixam corromper ", referiu, na altura, Francisco, durante a homilia numa missa campal acompanhada por milhares fiéis nos arredores de Maputo.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

O papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

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