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Covid-19: Timor-Leste tem bens essenciais para vários meses – Governo

LUSA
17-03-2020 08:47h

Timor-Leste tem 'stock' suficiente de bens essenciais, como arroz, trigo e outros, para “quatro a cinco meses” e trabalhará para garantir importação de produtos sem interrupção para o país devido à Covid-19.

Em declarações à Lusa, o ministro interino coordenador dos Assuntos Económicos, Fidelis Magalhães, pediu à população que mantenha a calma e evite açambarcar produtos.

O responsável advertiu que o Governo vai tomar medidas “drásticas e duras” para quem tentar explorar a situação através do aumento dos preços.

“As agências do Estado e os importadores do setor privado garantiram que, em caso de emergência, com o 'stock' que temos, público como privado, que vamos aguentar entre quatro e cinco meses”, salientou.

“Mas, além disso, é importante vincar que mesmo dentro de uma situação em que o Presidente declare o estado de emergência, o foco principal é o movimento humano e não tem a ver com alimentação ou produtos como medicamentos”, sublinhou.

Por isso, o Governo vai impor um novo protocolo no porto e outros pontos de entrada para limitar ao máximo o contacto físico com os trabalhadores dos navios e de transportes, indicou.

“Os materiais poderão continuar a entrar no país”, frisou.

Fidelis Magalhães falava à Lusa no final de uma reunião com várias agências públicas do setor económico e com importadores e distribuidores do setor privado para avaliar a situação do país em termos da pandemia de Covid-19.

No encontro, além de importadores e distribuidores privados, participaram representantes do Programa Alimentar Mundial, do Comércio, do Centro Nacional de Logística e da agência de fiscalização alimentar (AIFAESA).

“Não há necessidade de pânico e de açambarcar. Dei instruções ao diretor executivo da AIFAESA para, com apoio do setor privado, tomar certas medidas drásticas em relação a oportunistas que tentam comprar grandes quantidades, para depois elevar os preços”, afirmou.

“E vai ser reforçado o controlo porque as agências também vão sofrer, podem ser vítimas dessas tentativas de açambarcar, vamos atuar para que ninguém seja vítima desse ato oportunístico”, afirmou.

O governante, que já deixou mensagens idênticas na comunicação social timorense, disse que mesmo perante um eventual “bloqueio dos países vizinhos, algo fora do controlo de Timor-Leste, o executivo vai atuar.

“Haverá parceiros para buscar soluções, e outras fontes para tornar possível a importação de comida”, disse, salientando que o 'stock' disponível será garantido em Díli e no resto do país.

Noutro âmbito, Fidelis Magalhães disse que o Governo vai implementar medidas de agilização dos procedimentos de desalfandegamento no porto de Díli, em resposta a queixas de empresários timorenses ouvidos pela Lusa.

“O setor privado também referiu esse problema. Trabalharemos para que os processo não parem, mas o que me dizem é que às vezes o processo é afetado por falta de eletricidade. Estamos a lidar com as Obras Públicas para garantir que isso não ocorra”, afirmou.

O Ministério da Saúde vai implementar medidas adicionais de controlo de saúde no porto e noutros locais, acrescentou.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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