SAÚDE QUE SE VÊ

Diretor-executivo do SNS quer medidas em todas as unidades para travar fugas de doentes vulneráveis

LUSA
19-04-2025 14:48h

O diretor executivo do SNS defendeu hoje que é preciso assegurar que todas as unidades do Serviço Nacional de saúde tomem as medidas necessárias para acabar com o problema dos doentes vulneráveis que fogem das urgências.

O Jornal de Notícias revela na edição de hoje que as queixas de casos de idosos com demência ou doentes psicologicamente instáveis que abandonam as urgências dos hospitais sem ninguém dar por ela, têm vindo a ganhar expressão, havendo instituições que têm pulseiras eletrónicas que acionam alarmes em caso de saída.

Em 2023, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) decidiu criar uma categoria com as reclamações diretamente associadas a “Falhas no procedimento de alta do doente (englobando as situações de alta sem contacto a acompanhante e falhas de vigilância/controlos de saída)” e desde então já recebeu 335 reclamações (221 em 2023, 104 em 2024, 11 no primeiro trimestre de 2025).

Questionado sobre este assunto, à margem de uma visita ao Hospital (Amadora-Sintra), o diretor executivo do SNS, Álvaro Almeida, disse que a Direção Executiva está "a acompanhar o problema".

"Os dados da Entidade Reguladora da Saúde sugerem que o problema está a diminuir, precisamente, porque foram sendo tomadas medidas para ir resolvendo o problema. Portanto, o que nós temos que assegurar é que todas as unidades do SNS tomem as medidas necessárias para que o problema desapareça”, disse Álvaro Almeida.

Quando questionado se está nas mãos das unidades locais de saúde resolver o problema, o responsável afirmou que “está nas mãos do SNS”.

O Jornal de Notícias recorda que esta realidade motivou, em abril de 2024, um alerta de supervisão aos hospitais sobre o direito ao acompanhamento de pessoas com deficiência, em situação de dependência, com doença incurável em estado avançado ou em estado final de vida.

Mas os casos continuam a acontecer. Na semana passada, um doente com Alzheimer, de 74 anos, abandonou sozinho a urgência do Hospital de Vila Franca de Xira (ULS do Estuário do Tejo) e foi encontrado a 16 quilómetros de distância, refere o jornal.

A família, revoltada com o sucedido, pondera levar o caso a tribunal para que estes episódios não se repitam, o hospital abriu um inquérito interno e a ERS tem em curso um processo de avaliação sobre o caso.

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