O Presidente da Venezuela, Nicolás, Maduro ordenou, na segunda-feira, o alargamento da quarentena a todo o país, devido à pandemia de Covid-19, que no país tem 33 casos confirmados.
“A partir de terça-feira, das 05:00 da manhã (09:00 em Lisboa), a Venezuela inteira entra em quarentena social, coletiva. É uma medida drástica, necessária”, disse Nicolás Maduro durante uma alocução transmitida em simultâneo e de forma obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas.
Nicolás Maduro explicou que foram detetados, na segunda-feira, 16 novos casos do novo coronavírus, elevando para 33 o número de pacientes infetados na Venezuela.
“Detetaram-se no dia de hoje (segunda-feira) 16 novos casos comprovados, com provas científicas de coronavírus, todos importados. São 33 casos já, 28 importados da Europa e cinco de Cúcuta, Colômbia”, anunciou o Presidente da Venezuela.
Segundo Nicolás Maduro, alguns chefes de Estado não se deram conta da gravidade da pandemia do coronavírus.
“Por cada caso conhecido, há 27 casos por conhecer. Há que ter consciência disto”, disse, agradecendo o apoio dos venezuelanos às medidas extraordinárias implementadas pelo executivo.
“O vírus, importado, anda por aí tocando, infetando, adoecendo e multiplicando-se” frisou, precisando que na Venezuela há 18 mulheres e 15 homens infetados pela Covid-19.
Maduro referiu que há oito casos confirmados do novo coronavírus em Caracas, 13 em Miranda, cinco em La Guaira, dois em Arágua e dois em Anzoátegui. Mérida, Cojedes e Apure dividem os restantes três.
O Presidente da Venezuela anunciou ainda que o país receberá em breve milhares de ‘kits’ para testes, assim como médicos provenientes da China, cujo número não precisou.
Maduro alertou ainda que a Covid-19 está a desencadear uma crise sem precedentes no petróleo e na economia nacional, com o petróleo venezuelano a cotar-se a 28 dólares o barril, um valor inferior ao de produção.
Nicolás Maduro explicou que em breve vão ser anunciados benefícios e apoios sociais à população, através do Cartão da Pátria, implementado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), para fazer face à pandemia.
A Venezuela está, desde sexta-feira, em “estado de alerta”, que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Constitucionalmente, os estados de alerta têm uma duração de 30 dias, prorrogáveis por igual período.
Foram suspensos os voos provenientes da Europa, Colômbia, Panamá e da República Dominicana, estando também restringidas as entradas de pessoas provenientes do Irão, do Japão e da Coreia do Sul.
Além das escolas, também os clubes culturais e recreativos de portugueses em Caracas estão fechados, sendo obrigatório usar máscaras de proteção no metropolitano e no sistema ferroviário.
As autoridades estão a apelar às pessoas para não saírem de casa, principalmente as que tenham mais de 65 anos de idade.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.