A Argentina encerrou hoje a sua embaixada em Caracas, capital da Venezuela, depois de ter sido confirmado que o chefe da missão diplomática, Eduardo Porretti, deu positivo nos testes ao novo coronavírus.
O encerramento da Embaixada da Argentina, que tem 24 funcionários, ocorre num momento em que Caracas e seis estados da Venezuela estão em quarentena para prevenir a expansão local da Covid-19.
Apesar dos resultados, o diplomata “encontra-se bem”, segundo o diário argentino El Clarín, que precisa que Eduardo Porretti não saiu da Venezuela nos últimos seis meses e que terá sido infetado por algum colega ou empresário, no exercício das suas funções.
“Foi ele (próprio) quem decidiu submeter-se ao teste de prevenção”, explica o jornal, adiantando ter conversado com o diplomata.
Eduardo Porretti foi nomeado, em 2019, embaixador da Argentina na Venezuela, cargo que ainda não ocupa devido ao facto de o ex-Presidente argentino Maurício Macri (presidiu o país entre 2015 e 2019) não ter estabelecido a figura de embaixador que existia até 2015, quando liderou o país Cristina Kirchner (entre 2007 e 2015)
Em funções desde 10 de dezembro de 2019, o atual Presidente da Argentina, Alberto Fernández, ainda não alterou a situação. Eduardo Porretti é visto como chefe da missão diplomática e adido de negócios.
No domingo, o Presidente da Venezuela disse que foram detetados sete novos casos de Covid-19 no país, elevando assim para 17 o número de infetados, enquanto anunciou uma “quarentena coletiva” na Venezuela.
Nicolás Maduro explicou que a cidade de Caracas e seis dos 24 estados do país - La Guaira, Miranda, Zúlia, Táchira, Apure e Cojedes - passariam a estar em “quarentena coletiva e social”.
Sobre a quarentena, Maduro explicou que implica “ficar em casa, estando suspensas aulas e todas as atividades laborais, exceto a de redes de distribuição de alimentos, serviços sanitários e de saúde”.
Incluem-se nestas exceções “os serviços de segurança policial e militar, e o transporte (público) com a obrigatoriedade de uso de máscaras nas suas distintas modalidades”.
Maduro precisou que, nos próximos dias, de forma progressiva, a quarentena seria estendida a toda a Venezuela e pediu o apoio da população, dos líderes civis, populares e militares nesse sentido.
A Venezuela está, desde sexta-feira, em “estado de alerta”, que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Constitucionalmente, os estados de alerta têm uma duração de 30 dias, prorrogáveis por igual período.
Foram suspensos os voos provenientes da Europa, Colômbia, Panamá e da República Dominicana, estando também restringidas as entradas de pessoas provenientes do Irão, do Japão e da Coreia do Sul.
Além das escolas, também os clubes culturais e recreativos de portugueses em Caracas estão fechados, sendo obrigatório usar máscaras de proteção no metropolitano e no sistema ferroviário.
As autoridades estão a apelar às pessoas para não saírem de casa, principalmente as que tenham mais de 65 anos de idade.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.