O Ministério da Saúde queniano apelou hoje à população que esteja "extremamente vigilante" devido à mais recente epidemia de cólera no país, que já matou pelo menos seis pessoas.
"O Governo pede-vos que sejam extremamente vigilantes (...) e que mantenham o vosso ambiente sempre limpo, à medida que entra em ação para lidar com a epidemia de cólera que já custou mais de cinco vidas em todo o país”, afirmou Mary Muthoni, uma funcionária do Ministério da Saúde queniano num comunicado.
Na terça-feira, o ministério tinha registado seis mortes por cólera e 97 casos.
Uma outra doença parasitária, a leishmaniose, transmitida por um inseto próximo do mosquito, o mosquito da areia, também matou 33 pessoas no nordeste do Quénia, segundo as autoridades.
Num vídeo do Ministério da Saúde, Mary Muthoni referiu também mais de mil casos de leishmaniose, sendo que 16 foram descobertos na terça-feira à noite no nordeste do país.
"Já temos 33 mortes" de leishmaniose, continuou, acrescentando que foi enviado pessoal para as regiões afetadas para tentar conter a doença.
A cólera é uma infeção diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria vibrio cholerae.
Nos últimos meses, surgiram epidemias de cólera em vários países da África Oriental, nomeadamente no Sudão do Sul, que vive a pior epidemia dos últimos 20 anos, com mais de 40.000 casos e quase 700 mortos registados entre setembro e março, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Pelo menos 31 pessoas morreram de cólera e mais de 1.500 casos foram registados no oeste da Etiópia, onde a doença está a "espalhar-se rapidamente", de acordo com os Médicos Sem Fronteiras.
Em 2023, o número de casos de cólera registados em todo o mundo aumentou 13% e o número de mortes 71% em relação a 2022, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).