A Câmara de Vendas Novas, no distrito de Évora, exige “soluções urgentes” para o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde local e volta a reivindicar a passagem para Serviço de Urgência Básica (SUB).
O município alentejano, em comunicado enviado à agência Lusa, indicou que o presidente da câmara, Valentino Salgado Cunha (PS), enviou na terça-feira um ofício à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, com cópia para a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central, a solicitar “os melhores esforços para resolver os problemas persistentes no Serviço de Atendimento Permanente da cidade”.
Segundo o comunicado, a autarquia enviou o ofício depois de um pedido de reunião enviado em dezembro de 2024, ao qual “ainda não obteve resposta”.
O documento enviado pelo presidente do município realça os “frequentes encerramentos do SAP devido à escassez de médicos, que têm ocorrido de forma recorrente, sobretudo desde novembro de 2024”, e que “resultaram em cerca de 80 horas em que o serviço esteve indisponível neste período”.
É referido ainda que, “nos dois últimos dias, não houve médico durante 21 horas”.
“Há muito que Vendas Novas devia ter um Serviço de Urgência Básica e continuamos sem que isso seja resolvido, com a população a continuar a ser privada de um atendimento médico urgente que responda às necessidades, sem comprometer a segurança e o bem-estar dos cidadãos. Soluções precisam-se, mas que sejam estruturais e não circunstanciais", refere o presidente da autarquia.
A qualidade do atendimento também é apontada como “uma preocupação”, dada “a importância de Vendas Novas enquanto a sexta maior cidade do Alentejo”, com uma área de influência geográfica que vai além dos limites do concelho, abrangendo uma população superior a 18.000 habitantes.
“Junta-se ainda a dinâmica de um Parque Industrial e Empresarial com diversas tipologias de indústrias e 1.500 trabalhadores, de um Regimento de Artilharia, bem como de importantes eixos rodoviários e ferroviários que atravessam o território”, de acordo com o documento.
O ofício, segundo a câmara, destaca ainda “os impactos da situação no trabalho dos bombeiros locais”, que têm de realizar transportes frequentes para o Hospital do Espírito Santo, em Évora, a mais de 50 quilómetros de Vendas Novas e a 78 quilómetros da freguesia de Landeira.
“O município solicita que o Ministério da Saúde tome as medidas necessárias para garantir que o SAP funcione sem interrupções e para iniciar o processo de transição para um SUB, assegurando a qualidade e eficiência do atendimento que a população de Vendas Novas precisa e merece”, realça o documento.