"Com o apoio financeiro do Fundo para as Pandemias e a assistência técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Região Africana e de outros parceiros, o Botsuana, o Lesoto, Madagáscar, o Malaui, Moçambique, a Namíbia, a África do Sul e o Zimbabué vão aumentar a sua capacidade de proteger a saúde pública e de responder a emergências" relacionadas com o clima, anunciou a entidade num comunicado.

Este será um programa trienal de 35 milhões de dólares (cerca de 32 milhões de euros) que tem como objetivo "apoiar estes países no reforço dos sistemas nacionais e regionais de alerta rápido, vigilância das doenças, diagnóstico laboratorial e desenvolvimento da mão-de-obra - pilares fundamentais da preparação para as emergências sanitárias", explicou.

A OMS alertou ainda que a África Austral está a aquecer o dobro da média global.

"As secas, as inundações e os ciclones estão a tornar-se mais frequentes e graves, alimentando a propagação de doenças transmitidas por vetores e pela água, como a malária e a cólera, e colocando uma pressão acrescida nos sistemas de saúde", lamentou.

Cinco dos países envolvidos na iniciativa - Lesoto, Madagáscar, Malaui, Moçambique e Zimbabué - estão entre as 50 nações mais vulneráveis do mundo a doenças infecciosas, de acordo com a OMS.

Muitos destes países "enfrentam também um elevado risco climático, agravado por desafios estruturais como infraestruturas fracas, recursos limitados e elevados níveis de migração transfronteiriça, o que sublinha a necessidade urgente de uma preparação coordenada em toda a região", realçou.

Este programa, desenvolvido sob a liderança dos governos nacionais, ainda não iniciou as suas atividades.

Segundo a OMS, está previsto para maio um evento de lançamento formal, mas "os fundos iniciais foram desembolsados para os países, o que constitui um marco importante numa iniciativa coordenada a nível regional".

A OMS indicou ainda que este programa foi desenvolvido "no âmbito da Abordagem Comum para África ao abrigo do Plano de Ação de Emergência Conjunto, com a OMS na Região Africana, os Centros Africanos de Controlo de Doenças e o Gabinete Regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental", tendo sido também apoiado pela Fundação Gates.