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Médio Oriente: Milhares de egípcios exigem ajuda a Gaza durante visita de Macron

LUSA
08-04-2025 10:29h

Milhares de cidadãos egípcios na cidade de Al Arish exigiram hoje o fim da guerra na Faixa de Gaza, antes do início da visita do Presidente francês Emmanuel Macron e do homólogo egípcio Abdelfatah al Sisi à região norte do Sinai.

Macron, que se encontra numa viagem oficial de três dias desde domingo, centrada na situação em Gaza, vai visitar Al Arish, perto da fronteira com Gaza, acompanhado por Al Sisi.

O chefe de Estado francês vai ainda visitar o posto logístico de ajuda humanitária de Gaza, no Sinai, e deve reunir-se com representantes de organizações que trabalham no terreno junto das populações refugiadas, vítimas da guerra. 

Milhares de cidadãos egípcios, maioritariamente oriundos das várias localidades da Península do Sinai, começaram a reunir-se durante a noite de segunda-feira e hoje de manhã frente ao aeroporto de Al Arish.

Segundo a agência France-Presse, muitos manifestantes entoaram palavras de ordem e ergueram faixas exigindo o fim da guerra em Gaza, assim como a pedir a entrada de ajuda humanitária.

Os manifestantes rejeitam a deportação dos habitantes de Gaza para o Egito e para a Jordânia, tal como foi proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Não à deportação dos palestinianos", "Sim à reconstrução de Gaza" são algumas das frases que se podiam ler nos cartazes.

Em Al Arish, perto do posto fronteiriço de Rafah, que está fechado por Israel, o Egito criou uma zona para armazenar ajuda humanitária e médica para Gaza proveniente de diferentes países do mundo, bem como centros de saúde para receber os doentes e feridos que são autorizados a sair do enclave palestiniano.

Além de visitar o hospital público de Al Arish, Macron vai encontrar-se com representantes de organizações humanitárias, incluindo do Crescente Vermelho egípcio, e do contingente de gendarmes franceses destacados na zona.

Israel pôs termo a um cessar-fogo com o Hamas em março e cortou toda a ajuda alimentar, combustível e humanitária a Gaza - uma tática que os grupos de defesa dos direitos humanos consideram crime de guerra - ao mesmo tempo que emitiu novas ordens de retirada que obrigaram milhares de civis a fugir dos bombardeamentos e das operações terrestres israelitas.

A guerra de Israel em Gaza, agora no 18º mês, já matou mais de 50 mil palestinianos, na maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Israel prometeu intensificar a guerra até que o Hamas devolva dezenas de reféns, desarme e abandone o território.

 A guerra começou quando militantes liderados pelo Hamas invadiram Israel em 07 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns.

O Hamas mantém 59 reféns.

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