Os índices de referência das bolsas de Xangai e Shenzhen avançaram hoje 1,58% e 0,64%, respetivamente, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado aplicar taxas adicionais de 50% sobre produtos oriundos da China.
A Bolsa de Xangai ganhou 48,97 pontos para 3.145,55, enquanto a Bolsa de Shenzhen subiu 60,18 pontos para 9.424,68, depois de terem caído 7,34% e 9,66%, respetivamente, na segunda-feira, com a intensificação das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Na segunda-feira, estes mercados viram evaporar-se os ganhos acumulados desde setembro passado, quando os anúncios de estímulo económico das autoridades chinesas levaram o índice a máximos não vistos desde 2023.
As plataformas de investimento estatais chinesas anunciaram nas últimas horas um aumento das suas participações em fundos negociados em bolsa (ETF) e em ações de empresas estatais, no âmbito dos seus esforços para estabilizar as praças financeiras chinesas.
O China Chengtong Holdings Group, sob a alçada da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado, disse hoje que as suas filiais financeiras expandiram as suas posições nestes ativos.
Também a China Reform Holdings, outra empresa de investimento estatal, emitiu uma mensagem a expressar confiança nas perspetivas do mercado e a sua intenção de atuar como capital estratégico com “uma abordagem de longo prazo”.
A estas ações juntou-se uma iniciativa anunciada na segunda-feira pelo fundo de investimento estatal Central Huijin, que afirmou ter aumentado recentemente as suas participações em ETF e que iria continuar a fazê-lo.
As autoridades chinesas expressaram hoje “firme condenação” da “natureza chantagista” dos Estados Unidos e garantiram, em comunicado, que as contramedidas anunciadas na passada sexta-feira por Pequim são “completamente legítimas” e “visam proteger a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, e manter uma ordem comercial internacional normal”.
“Se os Estados Unidos continuarem obstinados em seguir este caminho, a China lutará até ao fim”, avisou o Ministério do Comércio chinês.