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Covid-19: Gaia reavalia quarta-feira se mantém feiras e mercados

LUSA
17-03-2020 00:54h

A Câmara de Vila Nova de Gaia vai reavaliar na quarta-feira se mantém ou não as feiras e mercados, depois de no fim de semana ter registado "bom acolhimento" das restrições, disse hoje o presidente da autarquia local.

"Estamos a fazer uma experiência no sentido de perceber se as pessoas colaboram porque sabemos que são espaços de aquisição de bens básicos de alimentação como frutas e legumes. Na Afurada no fim de semana foi impecável. Tivemos a Polícia Municipal e os nossos fiscais das atividades económicas municipais a controlar a feira e não se registaram aglomerados nem passeios na feira", contou à agência Lusa, Eduardo Vítor Rodrigues.

Já em comunicado, a autarquia de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, avança que "vai manter em funcionamento as feiras e mercados sob gestão municipal, uma vez que se verificou o cumprimento das recomendações de abastecimento rápido e desmobilização no passado fim de semana".

No entanto esta medida será reavaliada na próxima quarta-feira com a realização da feira dos Carvalhos, também descreve a Câmara liderada por Eduardo Vítor Rodrigues.

Esta matéria esteve em destaque esta manhã no período antes da ordem do dia da reunião de câmara, tendo o PSD, conforme relatou à Lusa o vereador Cancela Moura, pedido ao executivo socialista um ponto de situação sobre as medidas de contingência adotadas pelo Município de Vila Nova de Gaia.

"Foi-nos comunicado que faríamos reuniões à distância, que os serviços estão a funcionar por turnos e em regime de teletrabalho e o PSD disponibilizou-se para o necessário. Saudamos as medidas tomadas pela Câmara, algumas delas pioneiras, como o encerramento de parques ou de praias, mas estamos preocupados com as feiras. Tememos pelo risco porque os feirantes, em muitos casos, até são pessoas de idade", disse, à Lusa, Cancela Moura.

Confrontado com estas preocupações, Eduardo Vítor Rodrigues garantiu que está a ser feita "uma enorme sensibilização".

Já no comunicado entretanto divulgado pela autarquia lê-se que a Câmara recomenda acesso condicionado aos recintos das feiras e mercados ao ar livre, prioritariamente para suprir necessidades estritas, bem como outras recomendações de higiene e de distância social.

"Desloquem-se para estes espaços apenas em casos estritamente necessários e no objetivo básico de abastecimento. Não queremos para já fechar, dentro do limite do possível, porque as feiras respondem ao abastecimento de produtos básicos, que são fundamentais (…) Se não houver compreensão por parte dos cidadãos, seremos forçados a fechar, com perdas para todos", refere Eduardo Vítor Rodrigues, citado no comunicado.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.500 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais de 55 mil infetados e pelo menos 2.335 mortos.

A Itália com 1.809 mortos (em 24.747 casos), a Espanha com 297 mortos (8.794 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Portugal registou hoje a primeira morte, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.

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