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UNITA quer debate parlamentar sobre “proporções alarmantes” da cólera em Angola

LUSA
19-03-2025 13:45h

A UNITA solicitou hoje um debate parlamentar sobre o surto de cólera no país, que desde janeiro matou quase 300 pessoas, referindo que esta é a “pior epidemia” registada em Angola nas últimas duas décadas.

O grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) manifesta “enorme preocupação” com a evolução do surto da cólera e o aumento diário de mortes em todo o país, e diz que o pedido de debate, que espera que aconteça sexta-feira, surge no quadro de assuntos de interesse “relevantes e urgentes”.

Angola registou 7.760 casos de cólera e 293 óbitos desde o início do atual surto, em 07 de janeiro passado, com epicentro na província de Luanda, sendo atualmente a província do Cuanza Norte (com 25 mortes em menos de uma semana) a maior preocupação das autoridades.

Os angolanos “conhecem as razões que permitiram o desencadeamento desta situação, nomeadamente, o péssimo saneamento do meio, agravado pelo consumo de água imprópria, elevada densidade populacional das zonas afetadas e pobreza extrema”, afirma a UNITA no comunicado.

O principal partido da oposição refere que a propagação da cólera – atingindo já 14 províncias segundo dados oficiais – releva que a epidemia “é a pior que o país sofreu nas últimas duas décadas”.

“Perante esta grave situação sanitária em que o país se encontra, que coloca um elevado risco de vida para todos os cidadãos”, o grupo parlamentar da UNITA entende ser do interesse de todos os angolanos um debate a propósito, com explicações das autoridades governamentais.

Desejando que o plenário do parlamento discuta o assunto, na sexta-feira, com a presença de alguns titulares ministeriais, o partido na oposição insta ainda o Governo ao reforço da vigilância ambiental, o saneamento do meio, educação ambiental e a assistência médica e medicamentosa em geral.

No passado fim de semana, 16 pessoas morreram na localidade do Luinha, município do Cazengo, Cuanza Norte, levando as autoridades a impor uma cerca sanitária e a suspender o transporte ferroviário em várias estações da região afetada para evitar a propagação da doença.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, e o governador do Cuanza Norte, João Diogo Gaspar, asseguram que o surto está controlado, estando em curso uma campanha de vacinação que abrangeu já 200 pessoas.

Nas últimas 24 horas receberam alta 96 pessoas e atualmente, estão internadas 176 pessoas com cólera.

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