Vários países muçulmanos condenaram hoje o ataque de Israel contra Gaza, com a Turquia a classificar como massacre o bombardeamento desta noite.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, movimento político que controla Gaza, o ataque israelita contra o enclave palestiniano fez pelo menos 400 mortos e 500 feridos, e acabou com o cessar-fogo que estava em vigor desde o dia 19 de janeiro.
O Irão, a Turquia, o Egito e a Jordânia criticaram Israel pelo bombardeamento de Gaza alertando para os perigos de instabilidade na região.
O Irão condenou hoje veementemente os ataques de Israel apelando ao fim do "genocídio" contra os palestinianos.
"Estes ataques são a continuação do genocídio e da limpeza étnica na Palestina ocupada", afirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, em comunicado, responsabilizando diretamente a Administração norte-americana, país aliado de Israel, pelos ataques.
Para Ancara, o Executivo israelita liderado por Benjamin Netanyahu violou "da pior forma" o direito internacional.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco disse, através de comunicado, que a nova "espiral de violência" é inaceitável e responsabilizou diretamente o Governo de Israel pela morte de civis no enclave palestiniano.
Por outro lado, Ancara disse que o futuro da região está em risco e apelou a uma tomada de posição da "comunidade internacional" no sentido de pressionar Israel a estabelecer um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza e que facilite também o acesso à ajuda humanitária.
"Reiteramos o nosso apoio inabalável à causa justa do povo palestiniano e reafirmamos o nosso compromisso de contribuir para os esforços destinados a garantir a paz e a estabilidade na região", afirmaram os responsáveis turcos na primeira reação sobre a nova vaga de ataques de Israel.
O Governo do Egito condenou de forma veemente os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza sublinhando que o ataque representa uma violação flagrante do acordo de cessar-fogo.
Para o Cairo, estes últimos bombardeamentos ameaçam a estabilidade da região.
O Egito, um dos mediadores do cessar-fogo de janeiro entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), sublinhou ainda que os mais recentes ataques constituem uma violação flagrante das negociações.
"O Egito reitera a total rejeição quanto à agressão israelita, que visa reintroduzir as tensões na região e minar os esforços para alcançar o desanuviamento e restaurar a estabilidade", disse a diplomacia do Egito.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo do Cairo apelou também a todas as partes para que demonstrem contenção e permitam aos mediadores - que incluem também o Qatar e os Estados Unidos - a retomar esforços no sentido de um cessar-fogo permanente no enclave palestiniano.
A Jordânia também condenou os bombardeamentos realizados durante a noite por Israel contra a Faixa de Gaza, apelando ao fim dos ataques aéreos.
"Estamos a acompanhar os agressivos e bárbaros bombardeamentos israelitas contra a Faixa de Gaza desde ontem (segunda-feira) à noite", afirmou o porta-voz do governo jordano, Mohammad Momani.
O porta-voz do Governo de Amã disse ainda que os bombardeamentos foram uma agressão contra a humanidade.