O Presidente norte-americano, Donald Trump, revelou segunda-feira que vai retirar “imediatamente” a proteção dos Serviços Secretos aos filhos adultos do seu antecessor, que Joe Biden tinha prolongado antes de deixar o cargo em janeiro.
Numa publicação nas redes sociais, o Presidente republicano justificou a decisão alegando um grande número de agentes designados para a proteção de Hunter Biden enquanto o filho do ex-Presidente esteve esta semana na África do Sul.
"Hunter Biden tem proteção dos Serviços Secretos há muito tempo, tudo pago pelos contribuintes dos Estados Unidos. Há mais de 18 pessoas neste destacamento, o que é ridículo!", afirmou Trump.
"Neste momento, [Hunter] está de férias na África do Sul, onde os direitos humanos das pessoas têm sido fortemente questionados. Por esse motivo, a África do Sul foi retirada da nossa lista de países que recebem assistência económica e financeira", adiantou.
Trump disse ainda que Ashley Biden, filha do seu antecessor, tem 13 agentes afectos e que também ela “será retirada da lista”.
De acordo com a lei federal, os ex-Presidentes e os seus cônjuges recebem proteção vitalícia dos Serviços Secretos, mas a proteção concedida aos seus familiares diretos com mais de 16 anos termina quando deixam o cargo.
Tanto Trump como Biden prolongaram a proteção dos seus filhos por seis meses, antes de deixarem o cargo.
Questionado hoje sobre se iria revogar a proteção do antigo Presidente, durante uma visita ao John F. Kennedy Center em Washington, Trump admitiu a possibilidade.
Também hoje, Trump afirmou que os indultos concedidos pelo antecessor, o democrata Joe Biden, são "nulos, sem valor e sem efeito", pois foram assinados por aquilo que considerou ser uma ‘caneta automática’.
“Os indultos que o ‘sonolento’ Joe Biden concedeu ao Comité de Assassinos Políticos (referência ao comité do Congresso encarregado de o investigar), e a muitos outros, são declarados nulos, sem valor e sem efeito, porque foram emitidos por uma caneta automática” (“autopen”), escreveu Trump na rede Truth Social.
O Presidente norte-americano sugeriu ainda que Biden não tinha conhecimento exato dos indultos concedidos, impostos pelos assessores.
“Por outras palavras, Joe Biden não os assinou, mas, ainda mais importante, não sabia nada sobre eles! Os documentos necessários para o indulto não lhe foram explicados nem aprovados por Biden", acrescentou Trump.
“Não sabia nada sobre eles, e aqueles que sabiam podem ter cometido um crime. Por isso, os membros do Comité de Assassinos Políticos, que destruíram e eliminaram TODAS as provas obtidas durante os dois anos de caça às bruxas contra mim e muitas outras pessoas inocentes, devem compreender plenamente que estão sujeitos a uma investigação ao mais alto nível", sublinhou o Presidente republicano.
“A verdade é que, provavelmente, foram responsáveis pelos documentos assinados em seu nome sem o conhecimento ou consentimento do pior presidente da história do nosso país, o corrupto Joe Biden!", insistiu Trump.
Antes de deixar o cargo, Biden anunciou a decisão de comutar as sentenças de prisão de cerca de 2.500 reclusos que cumprem penas por "crimes não violentos relacionados com drogas".
Biden também comutou as penas de 37 dos 40 condenados à morte a nível federal, convertendo as sentenças em prisão perpétua, e concedeu indultos ao filho, Hunter Biden, que estava a ser julgado por crimes relacionados com armas e questões fiscais, bem como a altos funcionários, incluindo Anthony Fauci, responsável pelo combate à pandemia da covid-19, entre outros.