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Regulador e inspeção da Saúde investigam assistência a doente com AVC em Vila Real

LUSA
12-03-2025 15:54h

A Entidade Reguladora e a Inspeção das Atividades em Saúde abriram processos de avaliação e de inquérito, respetivamente, à assistência que o Hospital de Vila Real deu a um homem que sofreu um AVC.

Nuno Gomes, com 45 anos e que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) a 14 de outubro, queixa-se de uma alegada negligência médica e demora no diagnóstico por parte do Hospital de Vila Real, integrado na Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD).

Na segunda-feira, o doente que reside em Moimenta da Beira (Viseu) formalizou uma queixa na GNR contra o médico que o assistiu na urgência do Hospital de Vila Real e também apresentou uma queixa junto da ULSTMAD.

Em resposta à agência Lusa a propósito desta situação, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) disse hoje que, no quadro das suas atribuições instaurou um processo de avaliação aos factos relacionados com a assistência prestada a um utente na ULS de Trás-os-Montes.

Também a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) instaurou um processo de inspeção aos factos relacionados com a assistência prestada a este utente, no dia 14 de outubro de 2024.

Neste âmbito e no quadro das respetivas atribuições, a ERS e a IGAS vão cooperar na investigação deste caso.

Contactada pela Lusa na segunda-feira, a ULS garantiu que “foram cumpridas as boas práticas médicas no atendimento e na prestação de cuidados de saúde ao utente”, confirmou ter recebido a reclamação, à qual disse que será dado o devido seguidamente e que, depois, será dada resposta ao doente.

Após o AVC, do qual disse ter ficado com “sequelas graves e visíveis no corpo”, Nuno Gomes esteve internado 11 dias, esteve depois numa unidade de cuidados continuados, teve fisioterapia e terapia da fala.

No entanto, o doente considerou que, na urgência hospitalar, não foi “acompanhado como devia ser”, nem foi “atendido como devia ser” e que deveria ter sido logo encaminhado para a Via Verde do AVC.

“Tive um AVC e o médico que me assistiu nunca associou que fosse um AVC, mas que eu estava sob o efeito de substâncias ilícitas. Isso foi dito à minha esposa que me estava acompanhar e, por isso, decidimos fazer uma queixa contra o médico”, explicou.

Devido às sequelas, Nuno Gomes, que trabalhava numa oficina de lavagem de automóveis, ainda não pode regressar ao trabalho.

Apesar de a situação já ter acontecido em outubro, o doente disse que resolveu denunciar agora esta alegada negligência para que não se voltem a repetir casos idênticos, mostrando-se ainda revoltado por ter tido alta, na semana passada, das sessões de fisioterapia.

“Para me darem alta é porque consideram que eu nunca mais na vida vou ficar a 100% e eu acho que tinham que se esforçar para deixar uma pessoa em condições”, referiu.

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