A Sociedade Portuguesa de Diabetes (SPD) lançou um manifesto com 12 medidas que pede um retrato real da diabetes tipo 1 em Portugal, para assegurar melhores cuidados para esta doença, que se estima afetar 15% da população.
O lançamento do manifesto com doze áreas de intervenção, que a SPP considera “prioritárias para assegurar melhores cuidados para a doença”, foi o culminar do Congresso Português de Diabetes, que decorreu no fim de semana em Portimão, refere a organização num comunicado hoje divulgado.
Uma das principais preocupações dos especialistas prende-se com a ausência de um mecanismo que assegure registos corretos e verificáveis do número de pessoas que padece de diabetes tipo 1, em Portugal.
“Sem um retrato real da condição no país, não é possível melhorar a assistência”, pelo que a SPD sugere a criação de uma plataforma centralizadora desta informação, além de pedir medidas para que os sistemas se interliguem e cruzem informação entre sim.
A Sociedade Portuguesa de Diabetes aponta como “outra medida urgente” a reavaliação dos modelos de financiamento e de análise de custos que a diabetes representa em Portugal.
“Além de as medidas em vigor serem ineficientes, não permitem saber com exatidão quanto custa o tratamento de uma pessoa com Diabetes em território nacional”, sublinha, sugerindo a criação de um modelo de financiamento específico para a Diabetes tipo 1.
No âmbito da integração de cuidados no contexto das unidades locais de saúde, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia defende a criação de um “padrão de cuidados em diabetes, nomeadamente com um plano homogéneo centrado no utente e não no sistema e na garantia de que 100% das pessoas com esta patologia são rastreadas”.
Para os especialistas, a prevenção é outra área na qual o país tem ficado para trás, defendendo a criação de um mecanismo de financiamento para a prevenção e monitorização de pessoas com potencial de adquirirem a doença.
“Consideramos que temos, em Portugal, obrigação de ter melhores resultados de saúde para quem vive com diabetes face ao que gastamos. Temos excelentes profissionais de saúde, há medidas que farão a diferença, este é o nosso contributo e a nossa obrigação”, afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, João Filipe Raposo, citado no comunicado.
A SPD refere que estes são “os principais pontos de um manifesto que deve marcar o início da discussão sobre novas formas de prevenir, tratar, financiar e monitorizar a diabetes em Portugal”.
Apela ainda à mobilização de todos os atores nacionais com responsabilidades nesta área, nomeadamente políticos, instituições públicas e privadas e elementos da comunidade, de forma a encontrar as melhores soluções para este problema de saúde que se estima que possa afetar cerca de 15% da população nacional.