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Injeção anual de medicamento tem resultados promissores na prevenção do VIH

LUSA
12-03-2025 00:15h

Uma injeção anual de um medicamento chamado lenacapavir tem resultados promissores como meio preventivo de longa duração contra o VIH, de acordo com os dados de um ensaio clínico publicado hoje na revista The Lancet.

Tratando-se de um ensaio em fase inicial, mediu a segurança e a resposta fisiológica do organismo, e não a eficácia na prevenção da infeção pelo VIH, pelo que são necessários estudos, incluindo com participantes de populações mais diversificadas.

Em todo o caso, a investigação indica que, após uma injeção intramuscular anual do medicamento, as concentrações do medicamento permanecem no organismo durante pelo menos 56 semanas.

O estudo, apresentado simultaneamente na Conferência anual sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas, é o primeiro a avaliar uma injeção anual de um medicamento de profilaxia pré-exposição ao VIH (PrEP).

A PrEP é um regime de medicação utilizado para prevenir a infeção pelo VIH em pessoas em risco de exposição ao vírus, impedindo-o de entrar e de se reproduzir nas células humanas, mas não é o mesmo que uma vacina, que não existe atualmente.

A PrEP está aprovada como um comprimido diário ou uma injeção bimensal e, se tomada corretamente, é mais de 90% eficaz na prevenção do VIH.

Até 2023, 21,2 milhões de pessoas em todo o mundo poderiam ter beneficiado deste tratamento, mas apenas 3,5 milhões o receberam, recorda o The Lancet.

No novo estudo, 40 participantes seronegativos, com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, foram injetados com uma de duas formulações de lenacapavir administradas numa dose única.

Foram depois recolhidas amostras durante 56 semanas para avaliar a segurança e a farmacocinética (a forma como um medicamento se move através do corpo) da injeção.

O medicamento foi geralmente bem tolerado e não foram identificados problemas de segurança clinicamente significativos.

Após 56 semanas, as concentrações plasmáticas médias de lenacapavir intramuscular excederam as associadas à eficácia nos estudos de Fase 3 de uma injeção subcutânea duas vezes por ano para PrEP.

Os autores defendem que a expansão das opções de PrEP, como uma possível injeção uma vez por ano, pode ajudar a ultrapassar as atuais barreiras ao acesso e à adesão e impulsionar o progresso no sentido da redução de novas infeções por VIH.

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