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BE insiste na demissão da ministra da Saúde e quer ouvir IGAS no parlamento

LUSA
27-02-2025 13:35h

A coordenadora do BE considerou hoje que a ministra da Saúde não tem condições para se manter no cargo e quer ouvir no parlamento os responsáveis pelo relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

“Não há quaisquer condições para a ministra se manter à frente do Ministério da Saúde. Sucedem-se os erros”, sustentou Mariana Mortágua, que falava aos jornalistas, na Assembleia da República, um dia depois de a IGAS ter analisado o impacto da greve dos técnicos de emergência no ano passado e concluído que o INEM ficou impedido de definir serviços mínimos por não ter recebido atempadamente do Ministério da Saúde os pré-avisos dos sindicatos.

O BE quer ouvir no parlamento os responsáveis do IGAS que elaboraram este relatório e Mariana Mortágua acrescentou que os bloquistas só não chamam, para já, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, à Assembleia da República, por esperarem que a governante entretanto se demita.

“O Hospital Amadora Sintra não consegue responder a uma população de centenas de milhares de pessoas e a ministra não consegue dizer qual é o plano para o hospital. Sucedem-se as demissões de administrações hospitalares que são substituídas por pessoas próximas do PSD. Sucedem-se o encerramento de urgências e, portanto, não há nenhuma condição para a ministra da Saúde se manter no cargo que ocupa”, sustentou Mariana Mortágua.

Também numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado Paulo Muacho, do Livre, considerou que o relatório da IGAS “conclui que houve uma falha da equipa do ministério da Saúde, uma falha da secretária de Estado e da ministra da Saúde na gestão desta situação”.

O deputado do Livre criticou as opções políticas do executivo e acusou o Governo de criar “instabilidade na saúde e ainda mais problemas num setor que já estava bastante afetado por problemas, por falta de profissionais de saúde, por falta de capacidade dos serviços públicos darem resposta”.

“Cada vez mais vai ser necessário que a ministra da Saúde e o próprio primeiro-ministro se pronunciem sobre estes problemas, e recordo também que a própria ministra da Saúde disse que esperaria por estas conclusões para tirar consequências políticas e essas consequências políticas estão cada vez mais perto”, defendeu.

Quanto às condições da ministra Ana Paula Martins para continuar no cargo, Paulo Muacho afirmou que o Livre não tem “por hábito pedir demissões” e sustentou que “é o primeiro-ministro que tem de tomar essa decisão e é a ministra também que tem de avaliar se tem condições políticas para continuar no cargo”.

Segundo o relatório preliminar da IGAS, o INEM “não recebeu atempadamente a comunicação de pré-avisos das greves gerais convocadas para os dias 31 de outubro e 04 de novembro”.

Nesse sentido, “não tendo conhecimento dos detalhes neles constantes quanto ao tipo e duração das greves, bem como dos serviços mínimos propostos, ficou inviabilizada a possibilidade de eventual contestação dos serviços mínimos tendente à sua negociação”.

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