O Governo brasileiro anunciou hoje a produção local, em larga escala, de uma vacina de dose única contra a dengue, para pessoas com idades entre os 2 anos e os 59 anos, a partir de 2026.
Num evento realizado no Palácio do Planalto, foi afirmado que a expectativa do Brasil é produzir 60 milhões de doses anuais do imunizante contra a dengue, com possibilidade de ampliação conforme a procura e a capacidade produtiva, numa parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, que conta com financiamento público e privado.
De acordo com o Governo brasileiro, a vacina serve para os quatro sorotipos da dengue e mostrou eficácia de 79,6% a 89,2% contra a doença.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador do país sul-americano, está a analisar o pedido de registo do medicamento desde o fim do ano passado.
No início deste mês, o órgão pediu esclarecimentos e mais dados ao Instituto Butantan.
Após a aprovação, o imunizante será integrado no Programa Nacional de Imunizações do Brasil.
A ministra da Saúde brasileira, Nísia Trindade, anunciou, na mesma cerimónia, planos para reforçar parcerias para assegurar acesso a insulinas e a vacinas contra a gripe aviária e contra o Vírus Sincicial Respiratório.
“Vamos produzir em larga escala a primeira vacina nacional e de dose única contra a dengue. Serão 60 milhões de doses anuais a partir de 2026. Esperamos em dois anos vacinar toda a população elegível. Isso é um facto único no mundo até agora”, afirmou a ministra da Saúde.
A cerimónia também contou com a presença do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros integrantes do Governo.
Em 2024, o Brasil registou o recorde de 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e a marca histórica de 6.022 mortes causadas pela doença.
Desde o início do ano foram registados 402.000 casos prováveis de dengue, 30% a menos que no mesmo período em 2024.