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Linha de Saúde 24 da Guiné-Bissau recebeu 4.500 chamadas em meio ano

Lusa
30-01-2025 18:54h

A Linha de Saúde 24 da Guiné-Bissau recebeu 4.500 chamadas em meio ano, com a população a aderir gradualmente a este serviço inédito num país onde falta o básico nos serviços e cuidados de saúde.

O balanço foi feito hoje, em Bissau, num encontro que juntou as entidades responsáveis pelo projeto, desenvolvido pela associação VIDA em parceria com o Ministério da Saúde guineense e financiado pela Cooperação portuguesa e pelas Nações Unidas.

A linha começou a funcionar em agosto de 2024 com dois números gratuitos, o 1919 e o 2020, um para cada uma das redes móveis a operar na Guiné-Bissau.

Desde então, recebeu 4.500 chamadas, a maior parte relativas a questões de saúde, mas também nas áreas da proteção civil e denúncias, como venda ilícita de medicação, segundo o coordenador, Crister Ocadaque.

O responsável faz “um balanço extremamente positivo porque os números vêm aumentando gradativamente ao longo dos meses”.

No primeiro mês o número de chamadas falsas superou as válidas, mas as primeiras têm vindo a diminuir, contabilizando atualmente “quase 70% de chamadas válidas”, ainda de acordo com o balanço.

Boa parte dos doentes que telefona sofre de hipertensão e diabetes, duas doenças com elevada prevalência na Guiné-Bissau devido à alimentação muito à base de arroz e molhos.

A linha funciona em parceria com uma associação de diabéticos que faz o encaminhamento dos pacientes.

Os casos de saúde são encaminhados maioritariamente para o principal hospital da Guiné-Bissau, o Simão Mendes, mas também para os hospitais Militar e de Cumura, os três na capital do país.

O coordenador adiantou que a maior dificuldade que encontraram ao longo deste período inicial foi a resposta dos pontos focais (parceiros no terreno).

Hoje está a ser “muito eficaz, principalmente com a equipa dos bombeiros, não só a nível da capital, como também nas regiões”, indicou o mesmo responsável, concretizando que a linha trabalha com um total de 11 pontos focais no país.

O que falta agora, ainda segundo Crister Ocadaque, é mobilizar os chamados agentes de saúde comunitária, que estão no terreno e conhecem a realidade das comunidades.

O funcionamento da linha é assegurado por 13 pessoas, entre médicos, enfermeiros, operadores e uma psicóloga.

O princípio é o mesmo da linha existente em Portugal e foi criada para ajudar a população, mas adaptada à realidade de um país onde os cidadãos não poderão esperar sempre a necessária resposta dos serviços de saúde, como reconhecem os responsáveis.

Na Guiné-Bissau não existe uma rede de emergência médica, nomeadamente com ambulâncias, pelo que a função desta linha é aconselhar e encaminhar as solicitações em articulação com os diferentes parceiros.

 

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