Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) chegaram hoje a acordo sobre uma redução gradual das sanções contra a Síria, admitindo porém uma reposição das medidas sancionatórias caso existam retrocessos democráticos no país.
O anúncio foi feito pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, pouco antes do final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco comunitário em Bruxelas.
“Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia acabaram de concordar com um plano para aliviar as sanções contra a Síria. Apesar de querermos avançar com celeridade, o levantamento das sanções pode ser revertido se se derem passos errados”, escreveu Kaja Kallas na rede social X.
A Síria está há mais de um mês sob a autoridade de um novo Governo de transição liderado pelo grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que liderou em dezembro uma ofensiva relâmpago que derrubou o regime do Presidente Bashar al-Assad, após quase 14 anos de guerra civil no país.
Outrora ligado à organização terrorista Al-Qaida, esta formação afirma ter renunciado ao ‘jihadismo’, e o novo Governo está a tentar tranquilizar a comunidade internacional assegurando-a de que os direitos das minorias serão respeitados numa Síria multiconfessional e multiétnica.
Em simultâneo, os chefes da diplomacia dos 27 do bloco europeu concordaram “em relançar” a missão da UE em Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, para permitir que “várias pessoas feridas saiam de Gaza e recebam cuidados médicos” no território egípcio.
Já na conferência de imprensa depois da reunião ministerial, Kaja Kallas afirmou que a missão seria retomada “em fevereiro” e que as equipas estavam “prontas para partir e começar a trabalhar”.
Bruxelas criou esta missão civil em 2005 para ajudar a monitorizar este ponto de passagem, mas foi suspensa dois anos mais tarde, quando o movimento extremista palestiniano Hamas assumiu o controlo da Faixa de Gaza.
Para a chefe da diplomacia da UE, esta missão “pode desempenhar um papel decisivo na manutenção do cessar-fogo” no enclave, acordo firmado entre Israel e o Hamas e que entrou em vigor a 19 de janeiro após 15 meses de conflito.
Nas mesmas declarações, Kaja Kallas insistiu que a União Europeia apoia a Autoridade Palestiniana e a solução dos dois Estados (Israel e Palestina).