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"Não era por 10 mil euros que ia manchar a minha vida" - ex-bastonária dos enfermeiros

Lusa
22-01-2025 17:50h

A ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), Ana Rita Cavaco, disse hoje em tribunal que não seria pelos 10 mil euros que está acusada de ter recebido em 2016 em viagens fictícias que iria manchar a vida.

"Não era por 10 mil euros que eu ia manchar a minha vida", desabafou, no julgamento que decorre no Tribunal Central Criminal de Lisboa, a enfermeira especialista, frisando que "não tinha necessidade", dada a situação financeira da família, de se apropriar daquele montante.

Ana Rita Cavaco, de 48 anos, e outros 12 arguidos ligados à OE à data dos atos sob suspeita respondem por peculato e falsificação de documento, por terem alegadamente recebido um total de mais de 63 mil euros em reembolsos de viagens que, segundo o Ministério Público, não terão realizado.

Num depoimento de mais de cinco horas durante o qual refutou a imputação, a ex-bastonária acusou reiteradamente o diretor financeiro à data do início do seu primeiro mandato (2016-2019) e Graça Machado, então vice-presidente do Conselho Diretivo da OE, de terem aproveitado erros cometidos por descuido no preenchimento das declarações de despesa para denunciarem "por vingança", incluindo numa reportagem de 2017 da TVI, supostas viagens fictícias.

Graça Machado é igualmente arguida, tendo sido a única dos 13 acusados que optou por não prestar esclarecimentos na fase inicial do julgamento. Durante o interrogatório da ex-bastonária, Graça Machado abanou por diversas vezes a cabeça, enquanto a sua advogada questionou insistentemente a versão apresentada por Ana Rita Cavaco.

O julgamento prossegue na segunda-feira, com o interrogatório de mais arguidos.

Na primeira sessão, a 20 de janeiro, o atual líder da OE e vice-presidente do Conselho Diretivo da associação profissional nos mandatos de Ana Rita Cavaco, Luís Filipe Barreira, negou também a acusação do Ministério Público.

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