Pelo menos 367 pessoas morreram devido a cólera e houve cerca de 21.000 casos da doença reportados no Sudão do Sul desde outubro até 15 de janeiro, anunciou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O surto de cólera nesta nação foi declarado em outubro de 2024 pelo Governo e o rácio de mortalidade é, atualmente, de 1,8%, o que excede o limiar fixado pela OMS de menos de 1%, lamentou a organização de saúde.
Mais de um quarto das 367 mortes ocorreu na última semana de dezembro, segundo o comunicado da OMS.
Foram registados casos de cólera em 31 dos 80 condados do país, sendo que o de Rubkona é responsável por 47% do total de casos, seguido do condado de Juba, com cerca de 10%, indicou.
"O atual afluxo de refugiados que fogem do conflito no Sudão aumenta o risco de surtos de doenças infecciosas como a cólera e continua a exercer pressão sobre um sistema de saúde já frágil", lamentou.
Para combater o aumento dos casos de cólera, o Ministério da Saúde, com o apoio da OMS e de parceiros, lançou, em janeiro, várias campanhas de vacinação oral contra a cólera em quatro condados de alto risco: Malakal, Juba, Renk e Rubkona.
Com o apoio da Gavi (a Aliança para as Vacinas), presidida pelo antigo primeiro-ministro português Durão Barroso, foram aprovadas cerca de quatro milhões de doses da vacina e, até à data, foram administradas cerca de 910.000 doses nos quatro condados, com uma cobertura superior a 90%, indicou.
A OMS continua a distribuir material médico essencial para a resposta à cólera às autoridades de saúde locais e nacionais e aos parceiros, concluiu.
A cólera é uma doença associada a deficientes condições de saneamento e abastecimento de água.
O Sudão está a braços com uma guerra, que começou em 15 de abril de 2023, entre o exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), lideradas pelo seu antigo aliado, o general Mohamed Hamdane Daglo.