SAÚDE QUE SE VÊ

Livre preocupado com “perfil mais político do que técnico” de Álvaro Almeida

LUSA
21-01-2025 14:34h

O Livre manifestou hoje preocupação com a nomeação de Álvaro Almeida para diretor executivo do SNS, considerando que tem um “perfil mais político do que técnico” para um cargo que requer uma “confiança inabalável” dos portugueses.

“Preocupa-nos que a nova escolha seja um ex-deputado do PSD. O atual bastonário da Ordem dos Médicos também já veio dizer que é um perfil muito mais político do que técnico e acompanhamos também essa preocupação”, afirmou a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, em declarações aos jornalistas no parlamento, reagindo à nomeação de Álvaro Almeida para diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A líder parlamentar do Livre defendeu que “a gestão do SNS deve estar nas mãos de pessoas que tenham uma visão para o SNS muito clara, assim como da importância que tem para o país”.

“Parece-nos que os processos não estão a ser conduzidos de uma forma que dê essa segurança ao país”, criticou.

Sobre se a direção executiva do SNS deve ser extinta, após a ministra da Saúde ter afirmado que precisa de ser transformada, Isabel Mendes Lopes considerou que “depende de que forma é que essa remodelação poderá ser feita”.

“O que sabemos é que, dado todo o histórico do Governo na gestão do SNS, o papel que a própria ministra tem tido na gestão destes últimos meses das questões de saúde em Portugal, não nos parece que o Governo vá no sentido correto sobre o SNS e a saúde em geral em Portugal”, disse, manifestando preocupação com uma “remodelação da direção executiva do SNS por parte deste Governo e da ministra da Saúde”.

Sobre a decisão do anterior diretor executivo do SNS de apresentar a demissão, após a divulgação de uma investigação sobre acumulação de funções incompatíveis, Isabel Mendes Lopes considerou que António Gandra d’Almeida não tinha condições para continuar no cargo.

“Este cargo tem de ser um cargo inabalável na confiança que o país tem. Alguém que está à frente da gestão do SNS tem de ser uma pessoa em quem o país confie e, portanto, claramente não havia condições para continuar no cargo e, portanto, parece-nos correta a admissão imediata”, referiu.

O antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde Álvaro Almeida vai substituir o anterior diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida, que se demitiu depois de uma investigação sobre acumulação de funções incompatíveis.

O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, à margem da inauguração, hoje de manhã, das instalações da Unidade de Saúde do Catujal (ULS São José).

Nestas declarações aos jornalistas, Isabel Mendes Lopes abordou ainda a apreciação parlamentar, que será discutida esta sexta-feira no parlamento, do decreto-lei do Governo que revê a lei dos solos.

A líder parlamentar do Livre referiu que, esta segunda-feira, o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) deu parecer negativo ao decreto-lei em causa, salientando que se junta a “inúmeros outros pareceres que mostram que este decreto-lei vai no sentido contrário do ordenamento do território que o país quer e não vem de todo resolver o problema da habitação”.

Apelando à revogação do decreto-lei, Isabel Mendes Lopes disse concordar com o PCP quando diz que o Governo está isolado nesta matéria, considerando que há “um amplo consenso” na sociedade portuguesa contra as alterações que o executivo pretende aplicar.

Relativamente às propostas de alteração do PS a este decreto-lei, Isabel Mendes Lopes disse ainda não as conhecer, mas reiterou que a prioridade do Livre é que seja revogado.

“O nosso desejo é que o parlamento revogue o decreto-lei e que depois, então, nos consigamos sentar à mesa de forma global, com todos estes especialistas que têm dado voz contra o decreto-lei, com uma vontade de resolver os problemas tanto de habitação, como de ordenamento do território”, disse.

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