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Médio Oriente: Cairo acolhe conversações técnicas sobre a aplicação da trégua

Lusa
17-01-2025 13:43h

Os mediadores egípcios, qataris, norte-americanos e israelitas reuniram-se hoje no Cairo para definir “mecanismos” para a aplicação do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, noticiou a imprensa estatal egípcia.

Citando uma fonte oficial egípcia, o jornal Al-Qahera News disse que as reuniões técnicas começaram hoje no Cairo “para definir os mecanismos de implementação do acordo de cessar-fogo em Gaza com a participação de equipas do Egito, do Qatar, dos Estados Unidos e de Israel”.

Durante as conversações de hoje, os negociadores concordaram em facilitar a entrada de 600 camiões de ajuda por dia, em conformidade com o acordo, disse a mesma fonte.

Os camiões estão à espera no lado egípcio da fronteira. O Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio apelou na quinta-feira à distribuição rápida, segura e eficiente da ajuda humanitária.

O Conselho de Segurança de Israel reúne-se hoje para votar o acordo de tréguas, que deverá pôr fim a mais de 15 meses de guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

Na quarta-feira, ao anunciar a trégua, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que esta iria “aumentar a assistência humanitária vital aos civis palestinianos”.

Os ataques israelitas já mataram mais de uma centena de pessoas desde que o acordo foi anunciado na quarta-feira, de acordo com trabalhadores humanitários na Faixa de Gaza.

O cessar-fogo deverá entrar em vigor no domingo, na véspera da tomada de posse do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, agendada para segunda-feira em Washington.

Já hoje, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou ter “chegado a um acordo sobre a libertação dos reféns” ainda retidos na Faixa de Gaza, depois de, na quinta-feira, ter acusado o Hamas de recuar em pontos do compromisso.

O acordo ainda terá de ser aprovado pelo gabinete de segurança e pelo Governo israelita, mas segundo o gabinete de Netanyahu, a libertação dos reféns pode acontecer como planeado.

“Os [primeiros] reféns serão libertados o mais cedo possível. Domingo”, sublinhou.

O acordo ficou suspenso depois de Israel ter acusado o Hamas de recuar em algumas das medidas e de vários ministros da coligação governamental israelita terem ameaçado demitir-se se as tréguas fossem concretizadas.

Alcançado após meses de negociações indiretas, o acordo será dividido em três fases.

A primeira durará 42 dias e certificará o fim das hostilidades, a retirada das tropas israelitas da fronteira e a troca de 33 reféns por prisioneiros palestinianos.

A segunda fase envolverá a distribuição de ajuda humanitária “segura e eficaz” a grande parte da Faixa de Gaza e a realização de reparações em instalações de saúde, além do envio para o enclave de mantimentos e combustível.

Os pormenores sobre a segunda e terceira etapas do acordo serão divulgados assim que a primeira fase for certificada.

Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza após os ataques realizados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.

Desde então, mais de 46.700 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.

Também foram mortas mais de 850 pessoas pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

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