O Governo da Madeira anunciou hoje a abertura de concurso para recrutamento de 80 novos enfermeiros para o Serviço Regional de Saúde.
O procedimento foi hoje publicado e os profissionais interessados têm cinco dias úteis para apresentarem a candidatura, informou o executivo.
O Governo Regional da Madeira destaca o seu empenho na valorização desta classe, mencionando que “desde 2015 até 2024 foram contratados mais de 600 enfermeiros para fortalecer a robustez do Serviço Regional de Saúde e, com a abertura deste procedimento, já totalizam cerca de 700 enfermeiros contratados nos últimos anos”.
Salienta, ainda, que os enfermeiros são “o maior grupo profissional afeto ao Serviço de Saúde da Madeira e desempenham funções nos vários níveis de cuidados e nas várias áreas”.
“São mais de 2.000 enfermeiros no Serviço de Saúde da RAM [Região Autónoma da Madeira], dos quais mais de 500 são especialistas que asseguram cuidados de saúde de excelência à população residente e visitantes”, realça.
O executivo insular considera que a Madeira “tem tomado a dianteira no investimento e valorização desta carreira profissional” e “adotou medidas pioneiras no país em matéria de valorização dos profissionais de enfermagem, as quais já foram alvo de distinção pela Ordem dos Enfermeiros em 2023 e, em abril de 2024, pelo Sindicato Nacional dos Enfermeiros”.
Na nota, o Governo Regional (PSD), liderado por Miguel Albuquerque, refere ainda que pretendia abrir um concurso para contratar 200 novos enfermeiros, com reserva de recrutamento, mas “não foi possível assegurar (para já) face ao atual contexto político”.
Em 17 de dezembro, a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou, com votos a favor de todos os partidos da oposição – PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos somam mais de metade dos deputados – uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, chefiado por Miguel Albuquerque.
A aprovação da moção de censura, inédita na região autónoma, implicou, como estabelece o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
A moção de censura foi apresentada pelo Chega, em 06 de novembro, tendo sido justificada com as investigações judiciais que envolvem Miguel Albuquerque e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.
O Presidente da República convocou para hoje o Conselho de Estado para avaliar a situação política na Madeira, sendo o cenário de eleições legislativas antecipadas uma das soluções.