A presidente da Câmara de Torres Vedras questionou hoje a ministra da Saúde sobre o lançamento do concurso para a construção do novo hospital do Oeste, recordando que em maio de 2024 foi considerado prioritário.
“Dizia-se em maio de 2024 que o Governo encara este projeto como muito relevante para toda a região e irá dar-lhe toda a prioridade que ele merece”. Passou quase um ano. A verba está inscrita no Orçamento de Estado de 2025. Por que esperamos?”, pergunta Laura Rodrigues, numa carta aberta à titular da pasta da Saúde, Ana Paula Martins.
A agencia Lusa questionou o Ministério da Saúde, que não prestou esclarecimentos.
Na carta aberta, a autarca salienta que, apesar de ser um território do litoral e estar a menos de uma hora de Lisboa, o Oeste tem “ficado esquecido sucessivamente, fora das preocupações com prestação de serviço público ou com coesão territorial no que à prestação de cuidados de saúde diz respeito”.
No caso de Torres Vedras, sustenta, “não há investimento, nem médicos”, continuando o concelho com um hospital “onde não cabem os utentes que dele precisam e onde bastaria percorrer os corredores para perceber que falta dignidade e condições tanto para os utentes como para os profissionais de saúde, que fazem o que podem para responder às necessidades da população”.
Ao nível dos cuidados de saúde primários, acrescenta, Torres Vedras tem 40 mil utentes sem médico de família.
O Governo inscreveu 265,1 milhões de euros para o novo hospital do Oeste no Orçamento do Estado (OE) para 2025, de acordo com uma nota do Ministério da Saúde entregue ao parlamento.
Em outubro, numa reunião com os 12 autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Oeste, a ministra da Saúde assegurou que o concurso para a infraestrutura hospital deverá ser lançado “durante o primeiro semestre de 2025”.
Na altura, o presidente da CIM Oeste, Pedro Folgado (PS), disse à agência Lusa que “se vai construir o hospital”, mas que o Ministério da Saúde não tinha ainda decidido sobre a localização do novo equipamento, nem sobre o modelo de financiamento.
O novo hospital deverá cingir a área de influência a Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã.
O Governo anterior tinha decidido construir o futuro hospital no Bombarral, num terreno de 54 hectares, tendo em conta a sua centralidade em relação aos concelhos que vai servir e a dimensão do terreno que permitia a expansão da nova unidade, se tal fosse necessário.
A escolha do Bombarral foi ainda sustentada em critérios de acessibilidade, como a proximidade à saída 11 da Autoestrada 8 (que atravessa todo o Oeste) e à estação do caminho-de-ferro.
O novo hospital deverá substituir as atuais unidades de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche da Unidade Local de Saúde do Oeste, que servem 235 mil habitantes de Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche (distrito de Leiria), Lourinhã, Cadaval e Torres Vedras.