Um projeto comunitário, desenvolvido pela Associação Belmonte em Movimento, vai começar a facilitar consultas de psicologia em condições acessíveis para dar resposta ao maior número de necessidades.
A intenção é criar um serviço de apoio psicológico “acessível e democrático”, com recurso a parcerias, em que o pagamento pode ser uma contribuição simbólica, gratuito ou a possibilidade de o pagamento poder ser substituído por trabalho voluntário relacionado com a Loja Social “O Mundo Gira”.
“Vamos iniciar já as primeiras consultas de triagem, para melhor perceção das situações clínicas e estruturação do respetivo acompanhamento”, informou, em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Belmonte em Movimento, João Santos, sobre o programa “O mundo gira, a saúde aumenta”.
Segundo o responsável, o projeto conta com a colaboração do psicólogo Miguel Marau e nasce do reconhecimento da saúde mental “como um pilar de qualquer comunidade”, além de se pretenderem “preencher lacunas importantes” nos serviços de saúde mental no concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.
O serviço começa a ser prestado de imediato e o projeto tem um período inicial experimental de três meses com atendimento psicológico individual, para situações como ansiedade, depressão ou stress; sessões de apoio psicológico de grupo, para casos como o luto e recuperação de dependências, e consultas pontuais direcionadas para problemas específicos ou urgentes.
“Nestes três meses vamos, essencialmente, tentar dar a conhecer o projeto, tentar desmistificar algum tipo de estigma que ainda existe quanto à importância da saúde mental e tentar receber o máximo de pessoas, para poderem ser acompanhadas”, adiantou João Santos.
As situações serão analisadas caso a caso e existirá uma contribuição direta de, no máximo, 15 euros.
Embora não exista rigidez quanto ao público-alvo, será dada prioridade aos residentes no concelho de Belmonte.
O presidente da Belmonte em Movimento, associação jovem, que quer criar um ecossistema próprio dedicado à comunidade e, tendencialmente, com mais serviços de suporte e apoio, salientou que esta é uma forma de contribuir para o bem-estar da população.
Numa fase posterior, será necessário organizar um serviço estruturado, com maior diversidade de técnicos, financiado por uma combinação de contribuições dos utentes, quando possível, e apoios sociais.
Nesse sentido, a associação está em contacto com várias entidades, para encontrar formas de colaboração que permitam a sustentabilidade da ideia, a sua expansão e para garantir financiamento que cubra o atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.
O município, a Santa Casa da Misericórdia de Belmonte e outras associações locais são entidades com quem a Associação Belmonte em Movimento se pretende articular para desenvolver esta rede de apoio e promover a saúde mental.