A ministra da Saúde estimou hoje que no prazo de três a quatro semanas será possível avaliar o modelo de pré-triagem da linha Saúde 24, afirmando que houve uma redução na ordem dos 30% na afluência às urgências.
Em declarações aos jornalistas, no final da inauguração e da visita à nova Unidade Psiquiátrica Integrada para Adolescentes (UPIA), em Lisboa, Ana Paula Martins recusou que o modelo de pré-triagem “seja ineficaz” e defendeu que só será possível tirar conclusões dentro de três a quatro semanas, depois de “passar toda esta fase mais intensa de vírus respiratórios e do inverno”.
A ministra lembrou que o modelo foi testado ainda pelo anterior governo socialista e que o objetivo é ampliar a todo o país, salientando que, em relação aos dados estatísticos, têm sido publicados regularmente.
De acordo com Ana Paula Martins, não há ainda dados consolidados e é preciso juntar os dados que vêm diretamente da Linha Saúde 24 com os das urgências hospitalares.
“Quando tivermos toda esta informação conciliada, conseguiremos perceber o que vai acontecer. Daqui a três semanas, quatro no máximo, quando passar toda esta fase mais intensa de vírus respiratórios e do Inverno, seremos capazes de concluir sobre qual é, de facto, o impacto da pré-triagem”, defendeu.
Adiantou, por outro lado, e tendo por base “os profissionais que estão no terreno e com quem todos os dias a direção executiva fala”, que nas urgências, “sobretudo aquelas que têm maior afluência”, há uma redução de cerca de 30% de afluência.
A ministra admitiu que a linha precisa ser melhorada, mas defendeu que o Governo já conseguiu “conquistar um novo modelo de acesso à urgência, que tem de ser consolidado”.
Sobre as urgências fechadas, Ana Paula Martins defendeu que através do portal SNS24 todas as pessoas têm conseguido identificar as urgências com constrangimentos e lembrou que, das 195 urgências existentes, nas várias tipologias, só cerca de oito sentiram constrangimentos no período do Natal e fim de ano.
Questionada sobre os dados relativos à gripe, em particular nas populações mais vulneráveis, como os idosos, a ministra disse apenas que a Direção-Geral da Saúde está a “olhar para os dados” e que “muito brevemente dará uma nota”.
Sobre a unidade que hoje foi inaugurada, Ana Paula Martins defendeu a sua importância, pelo que vai ser possível fazer na área da saúde mental das crianças e adolescentes, e mostrou-se disponível para replicar esta unidade em outros pontos do país, afirmando desejar que isso aconteça.