SAÚDE QUE SE VÊ

Médio Oriente: ONG alerta que grande hospital no sul de Gaza só tem combustível para três dias

Lusa
10-01-2025 13:32h

A organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou hoje que o Hospital Nasser, o principal centro hospitalar ainda a funcionar no sul da Faixa de Gaza, poderá ficar sem combustível dentro de três dias.

A MSF indicou que o funcionamento das instalações hospitalares "continua por um fio", apesar da ONG e da Organização Mundial da Saúde (OMS) terem transferido combustível para o hospital.

A organização referiu que o centro hospitalar necessita de pelo menos 5.000 litros de combustível por dia e as reservas atuais cobrem as necessidades dos próximos três dias, mesmo que o consumo seja reduzido.

A MSF especificou que apenas a ala pediátrica, os cuidados intensivos neonatais, as salas de cirurgia e o depósito de oxigénio se mantêm em funcionamento, indicando ainda que a escassez de combustível também afeta todas as clínicas de cuidados primários e limita a circulação de ambulâncias.

O supervisor de logística da MSF em Gaza, Mohammed Madi, afirmou que "esta redução de recursos diminui a resposta médica e a eficácia dos serviços", dado que muitos destes recursos estão a ser utilizados em níveis mínimos, e que o plano de emergência para garantir as operações pode ser prolongado durante este período.

A MSF apelou às partes envolvidas no conflito na Faixa de Gaza para que facilitem a entrada de combustível no enclave palestiniano e garantam o seu fornecimento seguro às instalações médicas.

A organização alertou ainda que o "desmantelamento" do sistema de saúde devido ao bloqueio israelita ao enclave palestiniano, que está a colocar em risco a vida da população, "deve terminar imediatamente".

O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 46 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

MAIS NOTÍCIAS