O Governo brasileiro apresentou hoje um plano de contingência para prevenir a propagação da dengue com a chegada da época das chuvas, depois de um ano recorde de casos e de mortes.
“Estamos em mobilização e alerta, com o objetivo de antecipar o período sazonal, ajustar a rede de saúde e reforçar medidas preventivas para mitigar riscos”, disse em conferência de imprensa a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel.
A responsável revelou ainda que em 2024 houve um aumento de 303% nos casos em relação a 2023, “tornando essencial a adoção de medidas rápidas e coordenadas”.
No ano passado, o Brasil registou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e seis mil mortos. Desde o primeiro dia de 2025 e até quarta-feira, o país já contabilizou 10,1 mil casos prováveis com 10 óbitos em investigação.
Antes do recorde de 2024, o número máximo de casos tinha sido registado em 2015, com 1,6 milhões, enquanto o ano com mais mortes foi 2023, quando morreram 1.094 pessoas.
Na mesma conferência de imprensa, no qual se anunciou a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, frisou que “prevenir é sempre melhor do que remediar”.
Por essa razão apelou aos cidadãos que adotem medidas como dedicar pelo menos “10 minutos semanais para eliminar possíveis focos do mosquito em casa e nas proximidades”.
“Reforçamos a importância do trabalho conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal para garantir uma resposta eficaz no combate à dengue”, enfatizou.
Para além da prevenção e vigilância, as iniciativas governamentais passam ainda pela organização da rede assistência com qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento, recomposição dos ‘stocks’ de inseticidas e a distribuição de mais de três milhões de testes para deteção de dengue e outras arboviroses.
O Governo brasileiro garantiu ainda que já adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025.