O PAN/Açores entregou hoje um requerimento no parlamento açoriano a pedir um “ponto de situação” ao Governo Regional sobre o rastreio do cancro do pulmão e a campanha de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV).
“A representação parlamentar do PAN/Açores solicitou esclarecimentos ao Governo Regional sobre, entre outros, o ponto de situação do reforço campanha de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), bem como do rastreio do cancro do pulmão”, adiantou o partido em nota de imprensa.
O PAN recordou que aquelas duas iniciativas resultaram de propostas do partido aprovadas na Assembleia Legislativa durante a legislatura passada.
O partido questionou, também, o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) sobre os “tempos máximos de reposta dos programas de rastreio” e pelos “resultados do estudo oncológico encomendado em 2018”.
“É fundamental que o Governo [Regional] nos forneça uma atualização clara sobre o avanço das ações propostas, bem como os recursos alocados e as estratégias adotadas. A saúde da população açoriana deve constituir prioridade”, afirmou o deputado do PAN na Assembleia Regional, Pedro Neves, citado no comunicado.
A posição do partido surgiu após uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) à Estratégia Regional de Prevenção e Combate às Doenças Oncológicas dos Açores, divulgada segunda-feira, que revelou que a doença oncológica representou 27% dos óbitos entre 2017 e 2022 no arquipélago, estimando-se que existam mais de mil novos casos de cancro na região.
O PAN/Açores defendeu ser “fundamental” a “erradicação do HPV por meio da inoculação completa da atual população alvo”, uma vez que aquele vírus é “responsável por praticamente todas as lesões pré-oncológicas”.
O partido alerta que a deteção precoce do cancro do pulmão é “primordial no aumento das taxas de sobrevivência” daquela doença oncológica, “que é uma das principais causas de morte nos Açores”.
De acordo com auditoria do TdC, de 2017 a 2023 foram realizados 246.229 rastreios aos cancros da mama, colo do útero, cólon e reto e da cavidade oral (dos quais 115.665 entre 2021 a 2023), que foram responsáveis pela deteção de 75,6% dos novos casos identificados na região (510).
O tribunal destacou a importância de concluir o estudo adjudicado pelo Governo Regional em 2018 sobre os “fatores de risco específicos para o cancro nos Açores”, que poderá ser um “relevante contributo” para o combate ao cancro na região.