A Unidade Local de Saúde (ULS) de Viseu Dão-Lafões deu início à construção do edifício de Psiquiatria e Saúde Mental, na envolvente norte do Hospital São Teotónio, em Viseu, anunciou aquela entidade.
Segundo uma nota da ULS, o novo edifício será constituído por três pisos, um dos quais, dedicado ao internamento masculino e feminino, com um total de 24 camas e acesso a um pátio exterior.
O imóvel “incluirá também os Serviços de Consulta Externa, Psicologia e Pedopsiquiatria, bem como o Hospital de Dia”, adianta a ULS Viseu Dão-Lafões.
O novo edifício tem um orçamento em cerca de 9,8 milhões de euros (ME) e é financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para o Plano Nacional de Saúde Mental.
“A nova estrutura contribuirá para uma melhoria nas condições físicas, contribuindo, desta forma, para a prestação dos melhores cuidados de saúde à comunidade, assegurando também uma maior proximidade com outras especialidades hospitalares”, acrescenta.
Atualmente, o Serviço de Psiquiatria funciona na freguesia de Abraveses, fora da área do Hospital de Viseu, cujas instalações e equipamentos “estão ultrapassados e sem qualquer dignidade para quem está internado”, como já assumiram, ao longo dos anos, diversos responsáveis do setor da saúde e políticos.
Em 2020, o então bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, numa visita às instalações de Abraveses desafiava os governantes a deslocarem-se ao Hospital de Viseu “e visitar especificamente o departamento de Psiquiatria”.
Na altura da visita, o então diretor do departamento psiquiátrico, Jorge Humberto Silva, que esteve mais de 20 anos a dirigir o serviço, disse que “as condições de hotelaria” não eram “dignas para o século XXI para utentes da saúde mental”.
“Desde a tipologia de camas à falta de privacidade dos quartos, com utentes em estado grave e mais ligeiro na mesma enfermaria, à limitação de área de sanitários”, implicando o recurso a “turnos de banho”, exemplificou.
No edifício, com várias décadas, “muitas vezes, há dificuldade em ter as grelhas de aquecimento a funcionar na totalidade” e como se situa numa zona florestal, “é normal e tem acontecido, nomeadamente na zona de arquivo, encontrar ratos e outro tipo de animais, nomeadamente, répteis”, sublinhou o responsável.