A Câmara de Arruda dos Vinhos está contra a deslocação de utentes de Arranhó para a sede do concelho para terem consultas e tratamentos de saúde, face ao receio de a extensão de saúde da freguesia vir a encerrar.
“A câmara municipal jamais estaria disponível” para concordar com qualquer reorganização “que colocasse em causa o encerramento dos cuidados de saúde na unidade de saúde em Arranhó”, refere o município do distrito de Lisboa em comunicado.
“A extensão de saúde de Arranhó nunca esteve prevista encerrar”, esclareceu por seu turno a Unidade Local de Saúde (ULS) do Estuário do Tejo, em comunicado enviado à agência Lusa.
No dia 31 de dezembro, a autarquia foi informada pela ULS do Estuário do Tejo de que os utentes inscritos na unidade de saúde de Arranhó “iriam ser contactados nos primeiros dias do ano de forma a poderem optar por continuarem em Arranhó ou transitarem para a Unidade de Saúde Familiar Lusitano”, que iniciou funções este ano no Centro de Saúde de Arruda dos Vinhos, que integra aquela ULS.
O município sustenta a sua posição, já transmitida à administração da ULS do Estuário do Tejo, no facto de que vai efetuar obras de requalificação das instalações da extensão de saúde de Arranhó, tendo aprovado financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência para o efeito.
“A câmara municipal defende intransigentemente o direito da população inscrita em Arranhó de escolher” e “o acesso aos cuidados de saúde de todos”, sublinha.
A autarquia é a favor da “máxima descentralização dos serviços de saúde no concelho”, recordando que foi dos “primeiros municípios a ter uma Unidade Móvel de Saúde, que tem percorrido o concelho na prevenção da doença e promoção da saúde”.
A ULS do Estuário do Tejo explica, em comunicado, que “o objetivo é garantir acesso a cuidados de saúde de qualidade a toda a população”, na sequência da colocação de uma nova médica de família, de uma nova enfermeira e de uma nova secretária clínica na USF Lusitano.
“Estes novos profissionais, que se inscrevem na estratégia de aumentar e melhorar os cuidados de saúde aos utentes servidos vão permitir disponibilizar uma cobertura de 100% da população”, acrescenta.
Os 1.500 a 1.600 utentes de Arranhó têm médico de família atribuído, esclareceu à agência Lusa o presidente da câmara, Carlos Alves.
Já a ULS do Estuário do Tejo aponta “dificuldade na acessibilidade a cuidados de saúde” pelos habitantes da freguesia de Arranhó que, ao serem transferidos para Arruda dos Vinhos, têm cuidados de saúde primários por médico e enfermeiro, “que passam a assegurar também cuidados de saúde infantil e juvenil, a acompanhar grávidas e a garantir serviços de saúde ao domicílio”, com capacidade de resposta mais atempada”.