O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) exigiu hoje o fim dos ataques contra centros médicos na Faixa de Gaza, dias depois de um ataque sem precedentes das tropas israelitas ao hospital Kamal Aduan.
“Repetimos: parem de atacar os hospitais. O povo de Gaza precisa de cuidados médicos”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus numa mensagem publicada na rede social X e na qual voltou a apelar ao cessar-fogo entre as forças armadas de Israel e a milícias palestinianas.
O Hospital Kamal Aduan, referência para o norte da Faixa de Gaza, está inoperacional desde um ataque que obrigou à retirada de todos os doentes e resultou em inúmeras detenções, incluindo a do diretor do centro, Hussam Abu Safiya.
Dois dias depois, “o seu paradeiro é desconhecido”, pelo que Tedros exigiu a sua “libertação imediata”.
Os doentes mais graves foram transferidos para o Hospital Indonésio, de onde os doentes foram também retirados para o Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza.
As forças israelitas detiveram quatro doentes numa dessas transferências para al-Shifa, segundo fontes citadas pela agência palestiniana de notícias Wafa.
“Pedimos a Israel que garanta os cuidados de saúde de que [os doentes] necessitas e o respeito pelos seus direitos”, sublinhou o diretor-geral da OMS, após este último incidente.
Há quase três meses que Israel tem atacado repetidamente ataques hospitais e escolas no norte de Gaza, onde se refugiam deslocados, argumentando que alí se desenvolvem atividadees terroristas do grupos islamita Hamas.
O número total de mortos desde o início da guerra na Faixa de Gaza já ultrapassa as 45 mil pessoas, 70% dos quais são mulheres e crianças, segundo a contagem do Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, no qual mais de 1.200 morreram e outras 250 foram levadas como reféns.