SAÚDE QUE SE VÊ

Moçambique/Eleições: Morgue do principal hospital com capacidade esgotada

Lusa
27-12-2024 12:40h

A morgue do Hospital Central de Maputo (HCM) está com capacidade esgotada, avançou hoje a maior unidade de saúde do país, que recebeu, só na quinta-feira, pelo menos 28 pessoas feridas a tiro.

“A morgue do HCM esgotou a sua capacidade de corpos, temos uma capacidade de 30 frigoríficos, mas neste caso estamos com 31, o que quer dizer dizer que estamos com um corpo a mais em relação a o que é a nossa capacidade”, disse Dino Lopes, diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCM, em declarações à comunicação social, apontando que alguns corpos foram transferidos para uma outra morgue no Município de Maputo visando minimizar a enchente.

“São corpos de pessoas que perdem a vida dentro das enfermarias e os outros são externos. Temos uma comunicação com os colegas da periferia e mesmo eles, tendo dificuldades nas suas morgues, transladam os corpos para a nossa morgue”, explicou o responsável.

 Dino Lopes avançou que nas últimas 24 horas pelo menos uma pessoa morreu em resultado das manifestações de contestação dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que o Conselho Constitucional proclamou vencedora a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e o candidato que o apoia, Daniel Chapo.

Entre outras ocorrências, avançou a fonte, 28 pessoas deram entrada, só na quinta-feira, na maior unidade do país, vítimas de baleamento, de um total de 104 pessoas que foram vítimas de trauma, das quais 28 ficaram internadas.

“Todos os serviços de traumatologia estão lotados e alguns pacientes estamos a colocar noutros serviços de cirurgia, assim como nas camas extras”, apontou Dino Lopes, referindo que o hospital já tem algumas enfermarias esgotadas face à procura.

Num hospital que tem necessidades diárias de cem unidades de sangue, de 0,45 litros, o ‘stock’ atual subiu para 219 nas últimas 24 horas, disse Dino Lopes.

A contestação aos resultados das eleições, que levou a confrontos entre manifestantes e as forças de segurança, provocou já pelo menos 252 mortos, metade dos quais apenas desde segunda-feira, quando foram confirmados os resultados finais, de acordo com a plataforma eleitoral Decide.

 

MAIS NOTÍCIAS