O exército israelita ordenou hoje a retirada de todos os doentes e acompanhantes do Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, no norte de Gaza, depois de ter cercado a unidade hospitalar, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
"O exército israelita cercou o hospital e pediu ao seu diretor, dr. Husam Abu Safiya, que retire todos os que estão naquela unidade de saúde. A ocupação israelita ameaça agora atacar o Hospital Kamal Adwan e pede aos doentes e aos seus acompanhantes que desçam para o pátio do hospital", informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
Cerca de 50 pessoas, incluindo cinco médicos, foram mortas no domingo em ataques nas proximidades do centro hospitalar, onde estão atualmente cerca de 350 pessoas, incluindo 75 feridos e doentes, juntamente com os seus acompanhantes, e 180 profissionais de saúde.
O diretor do Kamal Adwan já informou no domingo à noite que uma dezena de veículos robotizados carregados de explosivos foram detonados em frente ao hospital, causando grandes danos.
Além dos repetidos ataques contra o estabelecimento de saúde durante dois meses e meio, as forças israelitas atacam esta manhã com fogo direto o Hospital Al Awda, na cidade vizinha de Jabalia, depois de uma explosão na noite passada.
Quase três mil pessoas morreram e cerca de mil continuam desaparecidas no cerco de Israel a norte de Gaza há mais de 80 dias, segundo números do Governo de Gaza, que não são atualizados há semanas.
Segundo as Nações Unidas, restam apenas entre 10.000 e 15.000 pessoas na área, das mais de 440.000 que ali viviam antes do início da ofensiva israelita, em 07 de outubro de 2023.
O número total de mortes em Gaza em mais de 14 meses de guerra ascende a 45.399, dos quais 70% são mulheres e crianças, enquanto os feridos ascenderam a 107.940, além dos 11 mil corpos desaparecidos debaixo dos escombros, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.