SAÚDE QUE SE VÊ

Assis critica “reprovável linha política ultra-securitária” seguida pelo Governo

Lusa
20-12-2024 17:12h

O eurodeputado socialista Francisco Assis criticou hoje a operação no Martim Moniz por se integrar na “reprovável linha política ultra securitária” seguida pelo Governo, considerando que o Ministério da Administração Interna se transformou num “braço institucional da extrema-direita arruaceira”.

“A operação policial ontem levada a cabo na Mouraria inscreve-se na reprovável linha política ultra-securitária que este Governo de forma irresponsável tem vindo a prosseguir”, escreveu Francisco Assis nas redes sociais.

Para o eurodeputado socialista, esta atuação “é muito grave, pelo que representa e pelo que fomenta” e contribui para criar “um ambiente de medo e desperta os instintos mais selvagens em relação a certos segmentos da população”.

“O Ministério da Administração Interna parece ter-se transformado no braço institucional da extrema-direita arruaceira”, acusou.

Assis defendeu que é preciso travar esta situação “sob pena de se ter de concluir que a direita democrática está a ceder em questões fundamentais e a renegar os valores que sempre a orientaram durante as várias décadas do regime democrático”.

O líder do PS, que almoçou no Martim Moniz, manifestou-se “envergonhado e revoltado” com o executivo e a direção da PSP por esta operação policial, considerando que este é o “Governo mais extremista” das últimas décadas da democracia portuguesa.

Uma operação policial na quinta-feira, no Martim Moniz, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.

Sobre a operação, o primeiro-ministro considerou que foi "muito importante" para criar "visibilidade e proximidade" no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses.

A porta-voz do Cometlis, Ana Raquel Ricardo, explicou que uma “operação especial de prevenção criminal dá legitimidade para fazer outro tipo de diligências, nomeadamente a revista de cidadãos que se encontrem no local e revista de viaturas” que por ali circulem.

O contingente empregue “foi o necessário” para uma operação deste tipo, referiu, sem, contudo, revelar o número de profissionais envolvidos.

MAIS NOTÍCIAS