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UA cria micropartículas com origem humana para aplicar na área da biomedicina

Lusa
20-12-2024 12:49h

Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um novo método para obter micropartículas à base de proteínas do sangue humano, com possíveis aplicações na área da biomedicina, informou hoje fonte da academia.

Segundo uma nota da UA, esta metodologia, que já foi alvo de pedidos de patente nacional e internacional, prevê o uso de proteínas extraídas de lisados (proteínas) de plaquetas de origem humana.

"Dada a composição e o método de produção destas partículas, antevê-se um vasto espectro de aplicações em engenharia de tecidos, medicina regenerativa, entre outras aplicações biomédicas", refere a mesma nota.

Segundo João Mando, líder do grupo de investigação COMPASS e professor do Departamento de Química da UA, as plataformas atualmente usadas para promover a adesão celular “requerem materiais sintéticos ou processos complexos e exaustivos, o que limita a sua eficácia”.

“A tecnologia aqui apresentada é obtida a partir de lisados de plaquetas provenientes de colheitas de sangue expiradas, oferecendo uma alternativa sustentável a materiais que normalmente são descartados”, adianta o investigador, citado na mesma nota.

Estas micropartículas destacam-se pela sua produção rápida e capacidade de servir como pontos de adesão e expansão de células provenientes de vários tipos de tecidos, ajudando na formação de microtecidos, refere a equipa de investigação, que conta com membros do laboratório associado CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química da UA.

Além disso, "demonstram também capacidade de influenciar a diferenciação celular, proporcionando um microambiente favorável para o desenvolvimento de tecido ósseo", referem os investigadores.

“Devido à sua proveniência, este tipo de biomaterial previne complicações imunológicas e rejeição da plataforma aqui apresentada. Por sua vez, esta plataforma pode ser usada como substrato para a fabricação de microambientes miméticos de órgãos e tecidos”, explica João Mano.

A nota da UA destaca ainda que o uso de proteínas de origem humana "possui ainda um menor risco de rejeição e transmissão de doenças comparativamente a alternativas atuais", acrescentando que a composição destas micropartículas permite modelar várias funções celulares, como adesão e proliferação, bem como a construção de estruturas tridimensionais autónomas.

 

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