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Supremo Tribunal de Israel exige mais cuidados de saúde e bem-estar para prisioneiros

Lusa
19-12-2024 17:23h

O Supremo Tribunal israelita ordenou hoje ao Governo que atenda aos cuidados e bem-estar dos detidos nas prisões, após organizações de defesa dos direitos humanos alegarem que existe fome e subnutrição entre a população prisional, sobretudo palestinianos.

A situação agravou-se, segundo um comunicado do Supremo Tribunal de Justiça, na sequência dos ataques de outubro de 2023 do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras fações palestinianas contra o território israelita, que provocaram cerca de 1.200 mortos e o sequestro de cerca de 250 pessoas.

O tribunal instruiu o Governo de Benjamin Netanyahu a explicar “por que razão não foram tomadas medidas relevantes para garantir a segurança e a integridade física dos prisioneiros”, bem como “as condições básicas para a sua existência”, depois de a organização não-governamental (ONG) Gisha ter apresentado uma queixa contra o ministro da Segurança israelita, Itamar Ben Gvir, por não ter resolvido a situação.

A Associação para os Direitos Civis em Israel também apresentou uma petição em abril passado, que incluía o testemunho de alguns prisioneiros que falaram de uma “política de fome contra os prisioneiros palestinianos e outros detidos” desde 07 de outubro de 2023.

“Os prisioneiros recentemente libertados testemunharam que sofreram uma fome extrema e constante e uma nutrição muito pobre”, denunciou a organização, que apresentou testemunhos de prisioneiros que perderam muitos quilos em apenas alguns meses de detenção. 

A petição exige o fornecimento de “alimentos em quantidade e qualidade suficientes para manter a saúde dos prisioneiros”.

 “[O Supremo Tribunal] age como escudo dos terroristas do Hamas e desses seres humanos doentes que massacraram, violaram, queimaram e raptaram os filhos e filhas de Israel com uma crueldade nazi”, acusou Ben Gvir, citado pelo jornal The Times of Israel.

O ministro da Justiça israelita, Yariv Levin, também criticou o Supremo Tribunal e acusou-o de emitir uma ordem que vai causar “preocupação” sobre as condições em que os prisioneiros estão a ser mantidos.

 

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