A primeira iniciativa foi o lançamento, em parceria com a livraria Arquivo, de uma coleção de postais de Natal ilustrados por nove artistas e por um jovem acompanhado num dos projetos da InPulsar.

Cada postal da coleção, denominada “Só quero um sítio para pousar a cabeça”, reflete o tema da habitação e do acolhimento, para lembrar da importância de se ter um lugar para chamar de casa, divulgou aquela instituição particular de solidariedade social (IPSS).

À agência Lusa, a diretora-geral da InPulsar, Lisete Cordeiro, afirmou que é “um sonho ter um espaço, uma sede própria”.

“Achámos que era também a oportunidade. Já temos 12 anos, já temos uma marca, quer na cidade de Leiria, quer na região de Leiria”, disse Lisete Cordeiro, explicando que este é o primeiro passo de outras campanhas e outros desafios.

A responsável da InPulsar adiantou que a atual sede está instalada numa loja arrendada em Leiria, cidade onde serão também as futuras instalações.

Segundo a diretora-geral, a associação fez uma candidatura à Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário, para resposta de apartamento partilhado, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.

“O nosso objetivo era, através deste financiamento, ter uma parte deste espaço para um apartamento partilhado, portanto, uma resposta de alojamento na cidade de Leiria, e outra parte do edifício seria para as instalações da nossa sede”, esclareceu, referindo tratar-se de uma vivenda onde, no espaço exterior, poderão ser desenvolvidas outras atividades.

Lisete Cordeiro notou que a associação ainda não tem resposta à candidatura, mas a InPulsar decidiu avançar para a compra, de 300 mil euros, através da contração de um empréstimo.

“Ou adquiríamos ou perdíamos o valor que tínhamos dado de entrada e, mesmo não sabendo a resposta, decidimos dar este passo, porque, de facto, era um objetivo que tínhamos”, realçou.

Se o financiamento for aprovado, garante 75% do valor da futura casa.

Questionada sobre quando se prevê a mudança da Inpulsar para o novo espaço, a diretora-geral disse que previamente vão ser necessárias “algumas obras de melhoria”, perspetivando a mudança para o final de 2025.

“Tem um espaço muito interessante para fazer atividades, quer com crianças, quer com adultos, e gostávamos já de poder utilizar o espaço no início do próximo ano”, acrescentou.

A InPulsar, que completa 13 anos em março de 2025, tem atualmente 28 colaboradores, e a sua atividade, distribuída por 10 projetos de intervenção social, é financiada por diversas entidades públicas e privadas. Trabalha com mais de três mil pessoas por ano, adiantou.

A IPSS trabalha com crianças e jovens provenientes de contextos vulneráveis e com insucesso escolar, e com pessoas em situação de sem-abrigo, refugiados, requerentes de asilo ou imigrantes, com foco particular na garantia de habitação e na saúde mental.

A associação dispõe também de um Gabinete de Inserção Profissional dirigido a imigrantes.

“No fundo, trabalhamos para todos e o nosso objetivo é que as pessoas se sintam parte da cidade e se sintam parte da sociedade. Trabalhamos muito para a coesão social”, adiantou a diretora-geral da Associação para o Desenvolvimento Comunitário.