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Etiópia aprova liberalização parcial do sistema bancário

Lusa
17-12-2024 12:05h

A Etiópia aprovou hoje uma liberalização parcial do sistema bancário, permitindo às instituições financeiras estrangeiras estabelecerem-se neste país da África Oriental, segundo a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), citando os jornais locais.

De acordo com a AFP, os deputados votaram esmagadoramente a favor de uma lei que permite "aos bancos estrangeiros entrarem e operarem na Etiópia", podendo abrir bancos no país, desde que não tenham mais de 49% do capital social das novas instituições financeiras.

“É um grande passo em frente, porque não só nos permite ter mais bancos estrangeiros no país, como também atrai capital estrangeiro noutros setores para criar mais empregos”, disse à AFP o analista independente Samson Berhane.

Quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed chegou ao poder, em 2018, anunciou a sua intenção de levar a cabo reformas ambiciosas, em particular para modernizar a economia do país, fortemente administrada pelo Estado, que é altamente regulamentada e pouco aberta ao investimento estrangeiro, mas os múltiplos conflitos internos - incluindo a guerra mortífera e destrutiva na região norte de Tigray entre 2020 e 2022 suspenderam as reformas.

A liberalização do setor bancário agora anunciada tem sido acompanhada por uma série de reformas económicas nos últimos meses, que a Etiópia espera que sejam um sinal de que está aberta aos negócios.

No final de julho, a fim de obter um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Etiópia anunciou uma grande reforma do regime cambial, que até então era altamente controlado, permitindo que os bancos comerciais fixassem livremente a taxa de câmbio.

Segundo país mais populoso de África, com cerca de 120 milhões de habitantes, a Etiópia registou elevadas taxas de crescimento económico, frequentemente superiores a 10% ao ano, entre 2004 e 2019, lembra a AFP, notando que as consequências da pandemia de covid-19 e o impacto da guerra na Ucrânia fizeram o crescimento económico abrandar para menos de 6% entre 2020 e 2023, e a inflação aumentar de 20% para 30,2% nestes anos.

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