O presidente da IL afirmou hoje não acreditar que a pré-triagem de grávidas resolva o que caracterizou de “caos estrutural” na saúde e considerou arriscado implementar esta medida perto do Natal, fase de maior pressão no SNS
Após uma reunião na embaixada da Alemanha, em Lisboa, quando questionado sobre o novo modelos de urgências de Obstetrícia e Ginecologia que arranca hoje, Rui Rocha disse não acreditar que estas medidas resolvam os problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), antevendo que contribuirão apenas para “que haja uma perceção menos clara dos problemas na saúde”.
“Mas em rigor, nomeadamente as grávidas em Portugal, continuarão a encontrar urgências fechadas, continuarão a não saber onde se dirigir quando têm necessidade de atendimento, continuarão a não ser acompanhadas no momento do parto pelas equipas que as acompanharam muitas vezes no acompanhamento da gravidez e esse é o problema estrutural”, disse.
O líder dos liberais considerou ainda “arriscado tomar esta decisão no momento em que estamos na proximidade das festas, do Natal” e em que “a pressão sobre o sistema é maior”.
Rui Rocha defendeu que “mudar coisas quando a pressão já é grande parece uma decisão arriscada” e disse não ver esta medida como “decisiva para mudar aquilo que está em causa”.
Para o líder da IL, esta é mais uma “medida avulsa” e é necessário “evoluir para um sistema em que as pessoas escolhem qual é o prestador de do serviço”, seja público, privado ou social.
“Interessa àquilo que presta o melhor serviço. Enquanto nós não fizermos essa transformação, o Serviço Nacional de Saúde será cada vez mais insuficiente e, convenhamos, não é pôr um telefone à porta de uma urgência de obstetrícia para que as grávidas telefonem seja lá para onde for”, acrescentou.
As grávidas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, incluindo o Hospital Distrital de Leiria, terão de ligar a partir de hoje para a Linha SNS Grávida antes de recorrerem à urgência hospitalar de Obstetrícia e Ginecologia.
“Este novo modelo das urgências de Obstetrícia e Ginecologia arranca assim em fase piloto com as ULS [Unidades Locais de Saúde] da Região de Lisboa e Vale do Tejo e de Leiria e será reavaliada dentro de três meses”, adianta o Ministério da Saúde, em comunicado.
O projeto-piloto poderá abranger ainda outros hospitais de diferentes regiões que manifestem interesse em participar, desde que preencham determinados requisitos.