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Israel: Mais de metade de missões da OMS em Gaza foram canceladas desde 2023

LUSA
06-12-2024 12:05h

A Organização Mundial da Saúde disse hoje que 58% das missões de envio de assistência a Gaza desde o início do conflito foram recusadas, canceladas ou impedidas.

O representante da agência nos territórios ocupados, Rik Peeperkorn anunciou que - em números absolutos -, das 273 missões planeadas pela agência de saúde, 66 foram recusadas, 26 foram canceladas apesar de autorização prévia e 65 foram obstruídas. 

Em conferência de imprensa em Genebra o responsável referiu ainda que o número de retiradas da Faixa de Gaza diminuiu drasticamente desde o encerramento da passagem de Rafah, a 07 de maio: 4.947 (na maioria crianças) antes dessa data e apenas 378 desde essa altura.

A retirada mais recente, ocorrida a 04 de dezembro, envolveu oito doentes, cinco dos quais vão ser tratados na Bélgica, dois em Espanha e um na Roménia.

Peeperkorn referiu que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reencaminhou para os Emirados Árabes Unidos 266 pessoas, Estados Unidos (22), Jordânia (20) e Roménia (15).

O representante da OMS recordou que, desde o início das hostilidades, a 07 de outubro do ano passado, o organismo contabilizou 1.249 ataques a instalações de saúde, em maior número na Cisjordânia (658) do que em relação a Gaza (591).

O último ataque ocorreu há poucas horas no hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia (norte de Gaza), situado numa zona sob cerco israelita há mais de 60 dias e que, segundo os responsáveis pelo estabelecimento, se encontra numa situação "catastrófica".

Sobre os últimos ataques, Peeperkorn disse que, apesar de as informações ainda não serem claras, houve momentos de pânico nas primeiras horas da manhã de hoje.

"Houve pessoas a tentar escalar os muros, detenções e um grande número de pessoas a dirigir-se para a rua principal", descreveu o representante da OMS.

Os últimos ataques às instalações, alegadamente levados a cabo por aparelhos aéreos não tripulados, resultaram na morte de um paciente de 16 anos quando estava a ser levado para a área de radiologia, enquanto outras 12 pessoas ficaram feridas, incluindo dois profissionais de saúde.

"O hospital foi alvejado oito vezes", disse Peeperkorn.

O mesmo responsável insistiu que as instalações de saúde, incluindo as ambulâncias, são protegidas pelo direito humanitário internacional e nunca devem ser atacadas.

 

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