SAÚDE QUE SE VÊ

Médio Oriente: Médicos pedem corredor humanitário para evacuações em Gaza

LUSA
03-12-2024 17:37h

Médicos e representantes de organizações de saúde apelaram hoje à abertura imediata de um corredor humanitário que permita evacuações médicas de emergência de Gaza para os hospitais do setor de Jerusalém Oriental.

A guerra na Faixa de Gaza dura há mais de um ano e o Exército israelita controla todos os pontos de entrada em território palestiniano, pelo que as raras evacuações médicas foram organizadas por organizações internacionais ou por países estrangeiros, nomeadamente os Emirados Árabes Unidos, em coordenação com as autoridades de Israel.

Contudo, as necessidades são muito significativas, com 25.000 doentes a necessitarem de cuidados vitais, de acordo com profissionais de saúde reunidos hoje em Jerusalém Oriental, incluindo uma organização não-governamental (ONG) médica israelita (Médicos pelos Direitos Humanos de Israel).

“A reabertura do corredor é essencial para que possamos continuar a prestar tratamentos que salvam vidas nos hospitais de Jerusalém Oriental, onde temos o espaço e os conhecimentos médicos necessários”, disse Fadi Atrash, diretor do Hospital Augusta Victoria.

Antes da guerra, os doentes de Gaza que necessitavam de cuidados muitas vezes indisponíveis no domicílio, como tratamentos oncológicos, podiam procurar tratamento em hospitais de Jerusalém Oriental ou da Cisjordânia, e por vezes em Israel.

Este mecanismo, que envolveu o Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana em Ramallah e as autoridades israelitas, já não funciona para a Faixa de Gaza.

No início de novembro, durante a retirada de cerca de 200 doentes de Gaza, a Organização Mundial de Saúde disse que 14.000 pessoas ainda aguardavam para ser retiradas por razões médicas.

Pouco depois, os Médicos Sem Fronteiras denunciaram a rejeição “sem explicação” por parte das autoridades israelitas da saída de oito crianças e dos seus companheiros para a Jordânia.

Mais de 105 mil pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em 07 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamita Hamas, cujos números são considerados fiáveis pela ONU.

O sistema de saúde de Gaza foi profundamente danificado por bombardeamentos e combates, e os residentes só podem contar com um pequeno número de hospitais que funcionam com muitas limitações.

Os profissionais de saúde dizem não ter material médico devido aos complicados procedimentos de entrega de ajuda de Israel e em consequência dos saques por parte de grupos armados.

MAIS NOTÍCIAS