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IL critica caráter “avulso” das medidas do Governo e exige ao PM “visão concreta” para o INEM

Lusa
21-11-2024 13:10h

O presidente da IL criticou hoje o que disse ser a “impreparação” do Governo e o caráter “avulso” das medidas para responder à crise no INEM , exigindo ao primeiro-ministro que apresente uma “visão concreta” para a emergência médica.

“O que me parece é que há aqui alguma impreparação e as medidas parecem estar a ser tomadas avulso, sem grande enquadramento e sem parecer que existe uma visão clara sobre o futuro do INEM, a sua organização e o serviço eficiente que tem mesmo que prestar à população portuguesa”, afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à ‘Lisboa Games Week’, na Feira Internacional de Lisboa.

Questionado sobre a notícia do jornal Público que indica que o Ministério da Saúde decidiu criar um Dispositivo Especial de Emergência Pré-Hospitalar, que pode ter até 100 equipas de bombeiros, para funcionar entre dezembro e fevereiro, o líder dos liberais disse que a medida era positiva, mas insistiu que o “que aconteceu é demasiado grave para ter agora soluções que são pontuais, avulsas”.

Rui Rocha defendeu que “está na altura de o primeiro-ministro se pronunciar sobre esta matéria e apresentar uma visão concreta para o INEM que dê garantias aos portugueses” e lamentou que, num momento em que se percebe “que as coisas estão difíceis”, não haja uma ”visão global e estruturada para o INEM”.

“Em julho já havia taxas de inoperacionalidade de meios no Algarve, por exemplo, na ordem dos 75%, e portanto é preciso uma visão integrada. O primeiro-ministro falou dela, disse que iria apresentar um plano para o INEM, mas cada dia que passa é um dia de atraso nessa solução”, atirou.

Sobre a audição do presidente do INEM no parlamento, agendada para hoje à tarde, Rui Rocha antecipou que esta será “muito díficil” e que Sérgio Janeiro “corre o risco de praticamente sair demitido” da audição.

“Há muitas coisas que ainda não foram esclarecidas, eu espero que sejam esclarecidas, mas eu não sei mesmo se não estaremos perante um presidente do INEM que, em bom rigor, pode sair demitido desta audição, vamos aguardar”, afirmou.

O presidente da IL criticou também a decisão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de assumir a tutela da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), lendo essa mudança como estranha e sinal de que “se está a passar alguma coisa grave, e que não há controlo da situação”.

Rui Rocha disse também que a ministra da Saúde está a “tentar puxar tudo a si porque já não confia no secretário de Estado” e sublinhou que fica a dúvida de que pode estar, por trás desta decisão, “alguma tentativa de condicionamento da própria IGAS”.

“Neste momento, o bom senso aconselharia a que não se estivesse a mexer na tutela do IGAS, num momento em que estão a ser produzidas investigações e relatórios”, concluiu.

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