Em comunicado, o grupo parlamentar socialista manifestou preocupação com “o agravamento do surto da língua azul, que já provocou a morte de mais de 40 mil ovinos face ao período homólogo”.

O PS anunciou que entregou um requerimento a pedir o agendamento de uma reunião da comissão parlamentar de Agricultura e Pescas que permita a “discussão e votação de requerimentos e de iniciativas dedicadas à língua azul”.

“Face à progressão da doença e à falta de medidas tomadas pelo Ministério da Agricultura e Pescas, é inadiável e urgente que a Comissão de Agricultura e Pescas, se pronuncie sobre este assunto”, explicou, referindo o projeto de resolução do PS para uma campanha de vacinação do efetivo ovino nacional contra a doença língua azul.

Tendo em conta a situação preocupante e a “falta de coordenação das entidades públicas”, o PS pediu também a audição com caráter de urgência de nove entidades.

Entre elas está a Ordem dos Médicos Veterinários e a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, bem como sete associações: Associação de Criadores de Gado do Algarve, Associação de Agricultores do Sul, Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre, Associação dos Agricultores do Litoral Alentejano, Cooperativa Agrícola De Compra e Venda Montemor-o-Novo, Associação de Produtores de Ovinos do Sul da Beira e União das ADS de Trás-os-Montes.

De acordo com os requerimentos dos deputados socialistas, a língua azul ou febre catarral ovina é uma doença epidémica de etiologia viral que afeta os ruminantes, com transmissão vetorial, incluída na lista de doenças de declaração obrigatória nacional e europeia e na lista da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

“A 13 de setembro de 2024, foi confirmado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P., laboratório nacional de referência, a presença do serotipo 3 do vírus da língua azul, no distrito de Évora, levando à publicação do Edital n.º 81”, pode ler-se.

Na segunda-feira, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) alertou que o surto de língua azul se agravou, com prejuízos acima de seis milhões de euros e sem capacidade para recolher os animais mortos devido à doença.

Em comunicado, a CAP apontou para um aumento da mortalidade desde o início de setembro até hoje, período em que se contabilizam “mais 40 mil mortes entre a população de ovinos, face a igual período do ano passado” e que o setor "precisa urgentemente de ajudas".

Nesse sentido, a confederação agrícola registou que os prejuízos com a febre catarral ovina já ultrapassaram os seis milhões de euros e que os efeitos poderão agravar-se nas próximas semanas.