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Maia CUIDA+ já apoiou 94 cuidadores informais e arranca "na plenitude" em 2025

LUSA
11-11-2024 19:29h

O programa de apoio a cuidadores informais Maia CUIDA+ chegou a 94 famílias na fase piloto, arrancando “na plenitude” em 2025 para dar resposta às reais necessidades daqueles agregados e “cuidar de quem cuida” através de acompanhamento contínuo.

Apresentado hoje, aquele projeto da Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, começou a “ser desenhado” em 2022 com o objetivo de proporcionar um conjunto de serviços de apoio a pessoas cuidadas e a cuidadores informais de forma a garantir a “promoção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida” de doentes e cuidadores.

Na fase da conceção, o programa envolveu mais de 40 visitas a instituições e a sinalização e visitas de 136 famílias e chegou, desde abril de 2023, a 94 famílias, estando atualmente integradas 71, sendo que está previsto abranger mais de 140 agregados familiares até ao final de 2025.

“É um verdadeiro projeto de amor e de carinho que, mais do que assistência, oferece presença, afeto e apoio profissional nos momentos de maior fragilidade humana”, explicou uma das responsáveis pelo projeto, Mafalda Roriz.

Segundo aquela responsável, “quando uma pessoa não consegue cuidar de si mesma, há alguém que assume o papel de cuidador” e foi para estas pessoas que o Maia CUIDA+ foi construído”.

O Maia Cuida +, aponta informação da autarquia, tem quatro fatores distintivos: “os cuidadores informais beneficiam do apoio de uma equipa de profissionais qualificados, incluindo enfermeiros, auxiliares de ação direta, psicólogos e terapeutas ocupacionais” e de uma “bolsa de substituição temporária que permite ao cuidador informal usufruir até 4 horas de descanso por semana”.

E ainda: a formação e capacitação dos Cuidadores Informais para conhecerem melhor os seus direitos e as necessidades das pessoas cuidadas e uma estreita ligação com as estruturas de Saúde e Segurança Social, que possibilite uma melhor identificação das necessidades e subsequente definição de respostas e cuidados a prestar.

A autarquia prevê que o Maia Cuida+ tenha impacto no atraso da institucionalização, evite idas e internamentos recorrentes em serviços hospitalares, que seja um “incentivo à participação das comunidades na gestão do próprio programa, que “capacite atores locais em redes de parcerias” e que facilite a “articulação de serviços de apoio aos cuidadores”.

O Maia CUIDA+ será financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em um milhão de euros e em 300 mil euros pela autarquia da Maia, está desenhado para durar até finais de 2025 e o presidente da Câmara da Maia já avisou que para continuar depois daquela data só com o apoio do Estado.

“Este projeto está enquadrado num projeto mais vasto das comunidades desfavorecidas do PRR (…) mas o objetivo é que continue para além do PRR. Eu direi, alto e bom som, que o Governo do país, que é quem tem a responsabilidade primeira com estas pessoas, deve avaliar este projeto e apoiá-lo para além do PRR”, defendeu, em declarações à Lusa, à margem da apresentação do Maia Cuida+, António Silva Tiago.

E continuou: “Eu não admito essa hipótese [que o Governo não financie o programa depois de 2025], nós [autarquia] não somos o Ministério da Solidariedade e da Segurança social, nós estamos disponíveis para fazer muita coisa mas precisamos de dinheiro. A única forma próxima e eficaz de levar a cabo este tipo de iniciativas é as câmaras desenharem estes projetos mas tem que ser o Governo depois a participar na comparticipação”, salientou.

O Maia CUIDA+ conta com o envolvimento da Unidade Local de Saúde São João, das Juntas de Freguesia do concelho da Maia, da Associação Nacional dos Cuidadores Informais, da Associação De Solidariedade Social Mouta Azenha – Nova (ASMAN) e do Lions Clube da Maia e com a prestação de serviços do Instituto Padre António Vieira (formação e capacitação de Cuidadores Informais e voluntários) e da Escola Superior de Saúde Santa Maria do Porto.

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